Da Folha de Pernambuco
A quinta-feira começou calma no Complexo Prisional do Curado, antigo Aníbal Bruno, no bairro do Sancho, na Zona Oeste do Recife. Após três dias de rebelião, grande parte dos detentos voltou às celas. Alguns presos ainda circulam livremente pelo presídio enquanto acontece a troca dos cadeados e o trabalho de reparos nas celas. Apesar do clima de tranquilidade, pessoas que moram no entorno do Complexo informaram que foram ouvidos tiros durante a madrugada.
A contagem dos presos, assim como a revista, deve acontecer ainda nesta quinta. Os trabalhos de terraplanagem também foram observados pela reportagem da Folha de Pernambuco nesta quinta. Na noite de ontem, o juiz da 1ª Vara de Execuções Penais, Luiz Rocha, declarou que foi encerrada a rebelião. O magistrado, que passou a tarde negociando com os detentos, disse que ocorrerão transferências para outras unidades depois da avaliação de processos de progressão de pena.
Até o início desta quinta, a assessoria de imprensa da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos informou que ainda não foi realizada nenhuma transferência. Já a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) informou que o trabalho na Vara vai começar em breve.
No início da manhã, familiares de detentos estiveram no local para confeccionar a carteira que dá acesso à visita para este final de semana. Segundo o Serviço Social do Complexo, apesar das carteiras ainda não estarem prontas, as visitas – a íntima, que acontece no sábado, e a familiar, que acontece no domingo – estão mantidas.
A expectativa é que 21 mil pessoas passem, durante os dois dias, pelos presídios ASP Marcelo Francisco de Araújo (Pamfa), Frei Damião de Bozzano (PFDB) e Juiz Antônio Luiz de Lins Barros (PJALLB). A rebelião no Complexo deixou três pessoas mortas e 45 feridas. Na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, também houve uma rebelião, que deixou 27 pessoas feridas.