Quase 60% das prefeituras pernambucanas infringem Lei de Responsabilidade Fiscal

Por SÁVIO GABRIEL
Do Diario de Pernambuco

Em meio a uma das piores crises econômicas que o país vem passando, planejar é palavra de ordem para que as administrações públicas otimizem os gastos e consigam cumprir suas obrigações constitucionais. Ou pelo menos deveria ser. A queda da arrecadação, provocada em grande parte pela diminuição das transferências governamentais, somada ao aumento das despesas provocaram um forte desequilíbrio nas contas dos municípios pernambucanos. Mais da metade das prefeituras (107 de 184 no total) não estão respeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) no que diz respeito ao gasto com a folha de pagamento, ultrapassando o limite máximo de 54% com esse tipo de despesa sobre as receitas municipais. Em outras 56 cidades, o gasto com pessoal já está acima dos limites de alerta e prudencial estabelecido pela LRF.

Os dados fazem parte de um levantamento feito pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), que emitiu alertas aos gestores para que controlem suas despesas. A campeã no ranking é Nazaré da Mata, na Zona da Mata. No primeiro quadrimestre deste ano, a despesa com pessoal foi de R$ 32,4 milhões, o equivalente a 77,68% da receita no mesmo período (R$ 41,7 milhões). Já Custódia, no Sertão, comprometeu 76,43% da receita (que foi de R$ 52,4 milhões no primeiro quadrimestre) com a folha de pagamento (que consumiu R$ 40,1 milhões dos cofres municipais).

“O desafio dos prefeitos é pensar o seu município diante das receitas que eles arrecadam, sem comprometer os gastos com educação e saúde, que são prioritários”, pontuou Júlio Rodrigues, diretor do Departamento de Controle Municipal do TCE. Ele afirmou que, apesar das dificuldades impostas pelo cenário econômico, os gestores precisam reforçar o planejamento e adotar as medidas necessárias para cumprirem a LRF. “Se uma cidade compromete um percentual muito elevado (com pessoal) como vai fazer para pagar as despesas de custeio, adquirir medicamentos e conservar as escolas?”, questionou. Ao fim de cada exercício, o TCE julga as contas municipais e, dependendo do caso, pode aplicar uma multa equivalente a 30% do salário dos gestores.

O prefeito de Nazaré da Mata, Naldo Coutinho (PTB), alegou que, assim que assumiu a prefeitura, tentou suspender a nomeação de aprovados em um concurso, mas tem sido obrigado pela Justiça a convocar os aprovados. “Os repasses do Fundo de Participação dos Municípios tem diminuído e temos uma despesa alta com os servidores da educação”. Ele disse, ainda, que cortou o próprio salário e o dos secretários em 20%. Já o secretário de Administração de Custódia, Cristiano Dantas, afirmou que a diminuição das receitas associada aos aumentos salariais que a prefeitura precisou dar contribuíram para a elevação dos gastos com pessoal.

Em Brasília, Eduardo Campos afirma que Dilma desrespeitou prefeitos e chama ministros de incompetentes

Do Blog do Jamildo

Em discurso durante a Marcha dos Municípios, em Brasília, na manhã desta quarta-feira (14), o ex-governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB) afirmou que os prefeitos brasileiros são desrespeitados pelo Governo Federal porque têm de ir várias vezes a Brasília e não conseguem liberar recursos para as cidades.

“Se você acha que você foi respeitado, que o povo que te escolheu foi respeitado pela federação nos últimos 3 anos, você já tem em quem votar. É reeleger esse governo que está aí. Mas se você acha que você foi desrespeitado, você tem uma opção. Eu estou aqui com Marina pra provar”, atacou.

Campos também atacou a equipe que compõe os 39 ministérios indicados por Dilma. “Um bocado de gente incompetente. De gente que devia estar aqui e não vem. Porque não tem coragem de enfrentar os prefeitos do Brasil”, disse.

A presidente foi convocada para a abertura da Marcha nessa terça, mas não compareceu porque tinha agenda no Nordeste; inclusive em Pernambuco. Já Campos, levou até a candidata a vice, a ex-senadora Marina Silva (Rede/PSB).

Na fala, o ex-governador afirmou que o PSB votará no Congresso pelo aumento de 2% no Fundo de Participação dos Municípios (FPM), mecanismo de repasse de dinheiro federal para os municípios. O aumento é uma das bandeiras da Marcha.

Campos também apresentou algumas das ações tomadas no Governo de Pernambuco, como a redistribuição do ICMS e a criação do Fundo Estadual de Apoio aos Municípios (FEM).

Durante o discurso, o pernambucano foi aplaudido várias vezes. Ao terminar a fala, foi saudado aos gritos de “Eduardo! Eduardo!”.

BOLSA FAMÍLIA – O ex-governador também criticou a estratégia de setores do PT de sugerir que uma eventual eleição de Campos ameaçaria o Bolsa Família. “Querem discutir o Brasil na base da ameaça e do medo”, disse.

“Isso não é conquista de partido nenhum. Isso é conquista do povo Brasileiro que ninguém vai tirar. Vamos parar com esse terrorismo”, cobrou.

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