Preocupado com a possibilidade de consolidação dos protestos contra Michel Temer, o Planalto adotou como norma incorporar o discurso de não mais minimizar as manifestações. O tom é o de que tamanho não é documento. “Independentemente da dimensão, temos de respeitar e avaliar”, afirma Eliseu Padilha (Casa Civil) . Para o ministro, a partir de agora, a administração tem de distinguir a luta política das reivindicações e começar a enfrentar as pautas e não as manifestações.
O Planalto não quer repetir o próprio erro de ter ironizado o público dos protestos iniciais. Há ainda a lembrança da gestão Dilma Rousseff, que, diante das manifestações de março de 2015, apostou na divisão.
O diagnóstico agora é uníssono entre generais do Planalto: a comunicação geral do governo está ruim e deve mudar. Um ministro execrou o “fora, ladrão”, slogan criado pelo marketing de apoio a Temer. “Isso não é coisa do governo”, disse.
O ministro Ronaldo Nogueira (Trabalho) não recebeu só um pedido para que esclarecesse a declaração sobre o aumento da jornada diária de trabalho. Tomou foi um “pito” do presidente — algo raro tratando-se de Michel Temer. (Coluna Painel -Folha de S.Paulo)