Um dia depois de o PT oficializar a filiação da vereadora Marília Arraes, alguns petistas se articulam para pedir a impugnação partidária dela. O argumento deles se baseia no estatuto da legenda, mais precisamente no artigo 140. Segundo o documento, um dos pré-requisitos para se candidatar pelo partido é estar filiado há, no mínimo, um ano. Dessa forma, a ex-socialista não poderia disputar a reeleição se estiver no PT. Os mais resistentes ao ingresso de Marília têm até o período das convenções, que vai de 20 de julho a cinco de agosto, para entrar com o recurso no diretório municipal. Eles querem que o regimento seja aplicado.
Ontem, na Câmara de Vereadores, Marília disse estar focada em conquistar mais um mandato na Casa José Mariano. Os novos correligionários também exaltaram o projeto de reeleição dela em 2016. Em entrevista a jornalistas, o presidente estadual do PT, Bruno Ribeiro, disse que Marília não era plano A ou B para a disputa, conforme tem se ventilado, mas é simplesmente candidata à reeleição. “Estamos tratando, no momento, da candidatura de uma pessoa que tem tudo a ver com o PT”, afirmou. O mesmo fizeram o presidente da Sudene e ex-prefeito do Recife, João Paulo (PT), o senador Humberto Costa (PT) e a deputada estadual Teresa Leitão (PT).
Antes de aportar no PT, após a promulgação da janela da infidelidade, que prevê a troca de partido em até 30 dias sem perda de mandato, Marília cogitou a possibilidade de ir para o Psol. No entanto, escolheu a cúpula petista por, de acordo com ela, identificação com a atuação do PT, definido por ela como o maior partido das Américas. “Por essas e outras, por não estar à procura de caminhos fáceis e soluções pragmáticas para minha vida pública, decidi ingressar na infantaria do Partido dos Trabalhadores neste momento de crise e de bombardeio covarde à sua história de luta, que se confunde com a minha já que se deu no campo em que sempre estive. E é por isso que eu estou aqui, do lado do povo, do lado do PT”. Mas, se quiser ser reconduzida à Câmara, Marília terá, ao que parece, que optar por outra legenda.