Estudo recente da revista científica Nature mostrou que jogos de videogame podem melhorar as funções do cérebro em idosos, como a memória de curto prazo. A memória de curto prazo é uma das primeiras a se deteriorar no Alzheimer.
Segundo o neurologista Paulo Caramelli, professor da Faculdade de Medicina da UFMG, o estudo demonstra a importância de dar fundamento científico aos exercícios para o cérebro. “Isso abre a possibilidade de uso dos jogos para promoção da saúde e em pessoas que já tenham problemas de memória”, afirma o especialista.
Este é o trabalho que vem sendo feito pelo SUPERA, uma rede de escolas de ginástica cerebral que tem mais de quatro mil alunos, a metade deles idosos. O material didático inclui a prática do ábaco, um instrumento de cálculo usado no Oriente, dinâmicas de grupo e mais de 60 tipos de jogos de tabuleiro.
“Nossa rede vem recebendo um número cada vez maior de idosos que querem melhorar a memória e evitar o avanço de doenças degenerativas do cérebro. Temos muitos depoimentos que comprovam a eficácia do curso”, diz a pedagoga Patrícia Prata, coordenadora nacional do método SUPERA.
Em Balneário Camboriú, Dona Lia Sordi, de 83 anos, registrou melhoras expressivas no funcionamento do cérebro com o curso de ginástica para o cérebro. Ela sofre da doença de Alzheimer e está surpreendendo a família.
“Ela está sendo acompanhada por dois médicos. Eles analisaram os exames dela após dois meses de curso e ficaram impressionados, porque a doença estagnou”, conta Vera Barrichello, diretora do SUPERA Balneário Camboriú.
A ginástica cerebral é uma atividade que ajuda a desenvolver funções do cérebro essenciais para uma vida de qualidade, como atenção, concentração, foco, paciência, autoestima, agilidade e habilidade para relacionamentos.
Assim como nosso corpo, o cérebro precisa ser exercitado para envelhecer bem. A memória sempre foi importante, mas com o grande volume de informações que recebemos todos os dias, nesta vida corrida e estressante, ela vem ganhando atenção especial das pessoas e de muitos estudiosos em universidades nacional e internacionais.
Para envelhecer com a memória afiada, tirar notas boas na escola, passar no vestibular e vencer concursos públicos é preciso ter um cérebro ativo, com alta capacidade de concentração, memorização e raciocínio lógico.
O SUPERA foi criado pelo brasileiro Antônio Carlos Guarini Perpétuo e possui uma metodologia de ensino própria, que mistura ferramentas tradicionais (como o ábaco japonês), apostilas com exercícios de raciocínio lógico, jogos e dinâmicas de grupo.