Ministro da Justiça é vaiado em manifestação em SP

Da Agência Brasil

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi seguido e vaiado hoje (30) por manifestantes que participavam de protesto contra o governo e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Avenida Paulista, região central de São Paulo.

O ministro, que mora na região, caminhava no início da tarde com um amigo para uma livraria, quando foi surpreendido pela aglomeração de pessoas ligadas a movimentos contra o governo. Ele foi seguido por um grupo de manifestantes e recebeu vaias até a porta do estabelecimento, onde também recebeu cumprimentos de pessoas que apoiam o governo.

O fundador do Revoltados Online, Marcello Reis, registrou o momento em vídeo, no qual o ministro diz que acha a manifestação “absolutamente democrática”. É possível ouvir manifestantes gritando palavrões e expressões “pega ladrão”.

Mais tarde, em entrevista à rádio CBN, o ministro disse que apoia a democracia a todo custo, mas que algumas pessoas agiram de forma radical. “Eu acho que a democracia exige convivência e respeito e a liberdade de manifestação tem que ser assegurada. Acho que, às vezes, algumas pessoas infelizmente passam do ponto, faltam com a boa educação, mas é da vida. Antes assim, antes com a liberdade das pessoas poderem se expressar, mesmo que às vezes abusando, do que com a ausência de direitos e com a ditadura.”

Segundo Reis, o principal objetivo da manifestação de hoje era chamar a atenção da imprensa nacional e internacional para o movimento contra o governo e o ex-presidente Lula, representado por um boneco inflável vestido de presidiário. O boneco foi inflado em frente ao prédio do Tribunal de Contas da União (TCU) para pressionar por agilidade na análise de denúncias de irregularidades nas contas do governo em 2014 e ficou exposto até as 14h. Reis contou que houve um princípio de tumulto entre pessoas contra e a favor do governo, mas o conflito foi contido pela Polícia Militar.

O ministro Cardozo também criticou o uso do boneco inflável de Lula. “Eu acho que passa um pouco do ponto, ou passa muito do ponto, do ponto de vista de se fazer imputações à honra de autoridades. As pessoas devem criticar. É legitimo que critiquem, que manifestem suas posições, mas há certas questões que são ofensivas, que atingem a imagem e a honra, acho que isso não se coloca de bom tom numa democracia que custamos tanto para conquistar”, disse Cardozo na entrevista.

Petista diz que oposição estimula política do ódio e da agressão

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), criticou nesta quarta-feira (18), em discurso na tribuna, o apoio dado pelos presidentes dos principais partidos de oposição aos xingamentos feitos contra a presidente Dilma Rousseff no jogo inaugural da Copa do Mundo no estádio Itaquerão, em São Paulo.

Para o parlamentar, as ofensas estimulam o ódio e demonstram o raso nível político em que transitam os adversários da presidente.

Humberto avalia que os pré-candidatos à Presidência da República Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), além do presidente do Solidariedade, Paulinho da Força (SP), que comemoraram as vaias e os palavrões, erraram ao aplaudir os ataques imorais à presidente.

“Aquela cena, largamente festejada pela oposição, envergonhou a ampla maioria dos brasileiros, que seria incapaz de insultar alguém com palavrões e expressões tão chulas, ditas diante de câmeras para o mundo todo e assistidas, inclusive, por crianças”, afirmou o líder do PT.

De acordo com o senador, o Palácio do Planalto não é um lugar em que se chega pelos esgotos. “Estimular o ódio e fazer política no submundo da baixaria, dos ataques e da desqualificação dos adversários são atos que não honram a disputa de um cargo tão importante como o de presidente da República”, ressaltou.

Humberto disse acreditar que não há, entre todos aqueles que insultaram a presidente Dilma no estádio, uma única pessoa cuja vida tenha piorado nos últimos 12 anos. “Então, de onde vem tanto ódio, tanto rancor? Eu entendo que esse tipo de comportamento externa a índole irascível de uma parcela da nossa sociedade que tem profundo desprezo pela liberdade, pelo diálogo, pela vivência democrática”, disse.

Ele classificou os xingamentos como “uma agressão abominável à chefe de Estado e um ato perverso e covarde contra uma mulher, uma cidadã que não tinha ali nem mesmo o direito de se defender”.

Oposição demonstrou que não tem estatura política, diz petista

O líder do PT no Senado, Humberto Costa, saiu hoje em defesa da presidente Dilma Roussef (PT). O parlamentar questionou a postura da oposição, que deu aval às ofensas dirigidas à presidente na abertura da Copa do Mundo.

“Eu acho que, nesse caso, a sociedade deu a resposta. Pessoas das mais diversas áreas, das mais diferentes ideologias, foram capazes de observar que o que estava em jogo não era uma candidatura, mas uma instituição: a Presidência da República. Se alguém almeja a Presidência precisa ter a noção do que esse tipo de postura representa. A oposição perdeu um bom momento para demonstrar que tem estatura política para ocupar este posto”, afirmou o petista, após participar da coletiva de imprensa sobre o projeto Pernambuco 14.

O senador também criticou a postura do ex-governador e presidenciável Eduardo Campos, que aproveitou ontem a convenção do PSB em Pernambuco para criticar Dilma Rousseff. “Se de fato o governo é dominado por raposas que roubaram tudo que tinham que roubar, o que fez durante 11 anos neste governo?”, questionou.

PERNAMBUCO 14

Ao lado do pré-candidato do PTB ao Governo de Pernambuco, senador Armando Monteiro, e do pré-candidato do PT ao Senado, deputado federal João Paulo, Humberto participou de coletiva que fez um balanço das atividades das plenárias Pernambuco 14 em todo o Estado.

Os encontros serviram para ouvir as demandas da população em todas as regiões e debater prioridades para o plano de governo. Em pouco mais de 45 dias de atividades, o projeto mobilizou mais de 26,3 mil pessoas.