Lula na mira da Justiça, PT prepara Wagner para 2018

O Partido dos Trabalhadores começa a preparar o ex-governador da Bahia Jaques Wagner para ser lançado ao Planalto em 2018, diante da segunda denúncia contra Lula da Silva acolhida pela Justiça Federal, revelam grãos petistas.

Outrora plano B, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, em evidência no 3º colégio eleitoral do País, está enrolado com a Justiça na Operação Acrônimo.

A cúpula do PT já espera a condenação do ex-presidente Lula da Silva pelo juiz Sérgio Moro até ano que vem, e em seguida a inevitável confirmação da sentença em segunda instância, o que tira de vez o Barba da corrida presidencial  por causa da Lei Ficha Limpa.

Por sua vez, o presidente dos Correios, Guilherme Campos, garantiu aos sindicatos de categorias dos funcionários ontem que a estatal não será privatizada, apesar do déficit no caixa.

O Ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, e Guilherme Campos também evitaram nova greve dos carteiros e brecaram a série após sete anos de paralisações pontuais. O acordo com os sindicatos foi assinado com reajuste de 9%.

Lula e Wagner demonstram simpatia por nova eleição

O grupo de senadores que apresentou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para antecipar as eleições presidenciais está fazendo uma peregrinação em busca de apoio para o projeto. Em visita ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, hoje, eles afirmaram que o petista demonstrou simpatia pela proposta e se comprometeu a falar com a presidente Dilma Rousseff.

O grupo se reuniu hoje em café da manhã com Lula e o ministro-chefe do gabinete da Presidência, Jaques Wagner. Participaram da reunião os senadores João Capiberibe (PSB-AP), Lídice da Mata (PSB-BA), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Otto Alencar (PSD-BA), Jorge Viana (PT-AC), Wellington Fagundes (PR-MT), Paulo Paim (PT-RS) e Telmário Mota (PDT-RR).

“O ex-presidente Lula nos recebeu muito bem e mostrou simpatia pela proposta”, informou Capiberibe. A senadora Lídice confirmou que o presidente foi simpático, mas não demonstrou apoio expresso à ideia. Junto com o ministro Jaques Wagner, eles se comprometeram a transmitir a proposta à presidente Dilma Rousseff.

“Lula nos sugeriu ainda que escrevêssemos uma carta, assinada por diferentes senadores, e enviássemos à presidente Dilma, pedindo que ela apoie a PEC que já está em tramitação ou envie ao Congresso a sua própria proposta de novas eleições”, explicou Randolfe.

Movimento nas ruas

Apesar de os senadores já terem conseguido apoio para a tramitação da PEC no Congresso, o percurso é longo e o projeto precisa ser aprovado em dois turnos no Senado e na Câmara. Os senadores, entretanto, acreditam que é possível dar viabilidade à proposta se conseguirem o apoio da opinião pública.

Preocupados com isso, após o encontro com Lula, os senadores também se reuniram com a presidente da Rede Sustentabilidade, Marina Silva. As novas eleições já são uma campanha da Rede e os senadores informaram que Marina pretende organizar passeatas e movimentos com a sociedade civil para pedir apoio à proposta.

O senador Paulo Paim também defendeu que é preciso envolver a população com a ideia de novas eleições. “Essa já é a vontade da maioria. As pessoas querem votar e escolher um novo presidente, porque não estão satisfeitos com a Dilma, mas também não estão com o Temer. Não tenho dúvidas que nas ruas essa proposta vai ganhar apoio”, afirmou.

Integrantes de um movimento intitulado “Voto Já” foram ao gabinete do senador Capiberibe demonstrar apoio à proposta. Segundo eles, o grupo atua desde o dia 19 de abril fazendo eventos e panfletagens na Rodoviária de Brasília pela defesa de novas eleições.

Os senadores vão continuar com as reuniões buscando apoio de diferentes partidos. Na tarde desta quarta-feira, eles se reúnem também com o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), para apresentar a proposta. Em seguida, se encontram com lideranças do PCdoB.

Câmara aprova benefícios a Wagner e família Campos

Cotado para assumir um ministério no segundo mandato da presidente Dilma Rouseff, o governador Jaques Wagner (Bahia) conquistou nesta segunda-feira (22) direito a uma segunda aposentadoria. A Câmara dos Deputados publicou um ato concedendo o benefício que deve chegar a R$ 10 mil. O montante leva em consideração o período do petista na Câmara, que somou três mandatos consecutivos, entre 1990 e 1998. Se for confirmado ministro, Wagner terá direito salário de R$ 30,9 mil a partir de janeiro. O teto do funcionalismo a partir de janeiro passa a ser R$ 33,7 mil.

A Câmara também reconheceu o direito da família do ex-governador Eduardo Campos e do ex-deputado Pedro Valadares, mortos em acidente aéreo durante a campanha presidencial deste ano, a receber pensão. Os benefícios, no entanto, só serão autorizados em 2015, quando Campos e Valadares completariam 50 anos. Eduardo Campos assumiu três mandatos na Câmara entre 1995 e 2007. Valadares teve passagens na Casa entre 1991 e 1999.

O ex-ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) José Jorge, que se aposentou no mês passado, também pediu à Câmara uma espécie de desaposentação para poder repassar o benefício para o tribunal. Os técnicos da Câmara não esclareceram qual a medida será adotada por ele.

Em dezembro, segundo o portal de Transparência do tribunal, ele recebeu R$ 5,7 mil da aposentadoria. Em novembro, o salário do ministro foi de R$ 33,9 mil – acima do teto do funcionalismo em vigor até o fim deste ano de R$29,4 mil.

(Da Folha Online)