Ex-aliado do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o presidente Michel Temer admitiu que o ex-presidente da Câmara só deu andamento, em 2 de dezembro de 2015, a um dos pedidos de impeachment da então presidente Dilma Rousseff porque os três petistas do Conselho de Ética que o julgou por cerca de dez meses – Léo de Brito (PT-AC), Valmir Prascidelli (PT-SP) e Zé Geraldo (PT-PA) – não aceitaram votar pela sua absolvição.
Em entrevista à TV Bandeirantes, Temer toma a iniciativa de relatar um episódio sobre ao início do processo de impeachment, envolvendo Cunha, quando o jornalista Eduardo Oinegue pergunta sobre a natureza da relação entre os correligionários e o papel do ex-deputado na derrubada de Dilma.
“Ele [Cunha], na verdade… Até vou contar um episódio aqui, que foi o seguinte…”, disse Temer, dando outro rumo à prosa. “Em uma ocasião, ele foi me procurar – e isso era umas duas horas da tarde, mais ou menos – dizendo: ‘Olha, eu hoje vou arquivar todos os pedidos de impeachment da presidente – e eram dez ou 12 pedidos –, porque prometeram-me os três votos do PT no Conselho de Ética’. Eu disse: ‘Ora, que bom. Muito bom. Assim acaba com esse história de você estar na oposição, etc. Até porque, convenhamos, eu sou o vice-presidente da República, do PMDB, e fica muito mal essa situação de você, a todo momento, estar se posicionando como oposicionista’”, relatou o peemedebista, dando continuidade à narrativa.