Na Bahia, onde acompanhou a abertura da caravana pelo Nordeste com o ex-presidente Lula na noite dessa quinta-feira (17), o líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), atacou duramente o contingenciamento de recursos que atinge as universidades federais determinado pelo presidente Michel Temer (PMDB) e seu ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM-PE). Para Humberto, as instituições terão dificuldades para se manter e enfrentam o risco de um colapso generalizado já neste ano.
Muitas das universidades já ameaçam não terminar o ano letivo por conta das dificuldades financeiras que têm enfrentado. Segundo o líder da Oposição no Senado, há um claro sucateamento das instituições.
Algumas unidades de ensino afirmam não ter recursos sequer para pagar serviços essenciais, como água e luz. “Temer quer acabar com a educação pública. De mãos dadas com o ministro Mãos de Tesoura, Mendonça Filho, praticam um desmonte do ensino superior jamais visto. Querem matar por inanição aquilo que é o combustível para um país melhor: o ensino”, afirmou Humberto Costa.
Em março, o governo de Michel Temer anunciou o contingenciamento de R$ 4,3 bilhões do Ministério da Educação. Os cortes atingiram diretamente as universidades. Entidades como a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Federal de Goiás (UFG) já informaram publicamente que estão com sérias dificuldades para manter as portas abertas.
“A falta de investimento na educação tem um objetivo claro: quanto menos massa crítica, menos informação as pessoas tiverem, melhor para essa quadrilha que segue assaltando o Brasil. Eles querem mesmo uma massa alienada que não consiga perceber o disparate de um governo que torra bilhões para comprar o silêncio de parlamentares, mas que nega centavos para se investir em educação”, denunciou Humberto.
O senador também lembrou que o desenvolvimento de pesquisas também está ameaçado. Cerca de 100 mil bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) podem ficar sem receber já agora em setembro. “É um desmonte em cima do outro. Tudo que conseguimos avançar na Educação nos governos de Lula e Dilma, esta gestão Temer está tirando numa velocidade avassaladora”, avalia Humberto.