Crise econômica, flexibilização da legislação trabalhista, redução de sindicatos através do corte da contribuição compulsória, entre outros fatores, não foram suficientes para que o mercado absorvesse os mais de 12 milhões de desempregados no país, segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Apontada como saída, a terceirização de postos de trabalho, mesmo em atividades fim, não foi suficiente para que houvesse a contratação em massa de trabalhadores.
Em fevereiro desse ano, o Empresômetro, empresa especializada em inteligência de mercado, já havia feito um levantamento das empresas mais reconhecidamente utilizadoras de mão de obra terceirizada, as de limpeza e controle de pragas.
Fazendo um comparativo do ano de 2017 com o anterior, 2016, o número de empresas dessa natureza havia crescido 13,5%; um bom número, mas que refletia apenas a retomada da economia.
Agora, passados mais de oito meses, um novo levantamento do Empresômetro identificou um crescimento estável do setor, com aumento de apenas 13% no período. “São setores que tendem a crescer com o aumento do número de empresas e da renda”, afirma o diretor do Empresômetro, Otávio Amaral.
Mesmo com o crescimento desse setor em especifico, ainda não é possível mensurar todo o trabalho terceirizado e quantificar se a mudança da legislação foi realmente efetiva e eficaz: “não há a identificação do terceirizado, uma vez que hoje você pode contratar tanto uma pessoa física quanto jurídica, que é o caso do Microempreendedor Individual”, explica Amaral.
Crescimento tímido
Fica claro que ainda há muita dúvida e a terceirização, como forma de absorção de trabalhadores, caminha a passos lentos, visto a contínua abertura de vagas de emprego com carteira assinada: “o empresariado ainda tem dúvidas e certo receio em adotar a prática, pois as posições-chave da empresas certamente são as atividades finais, tendo em seu quadro empregados que estejam por dentro de todos os aspectos do negócio, que são mais atrativos que a mão de obra terceirizada, que amanhã pode ter sido substituída ou não aparecer mais”, destaca Amaral.
Quanto às atividades de limpeza e controle de pragas, temos na quantidade de empresas abertas e ativas um reflexo dos polos econômicos do país, com São Paulo em primeiro lugar, com mais de 12 mil empresas, seguido por Rio de Janeiro, com pouco mais de 5 mil empresas do setor e Minas Gerais, com 3,6 mil e Paraná com pouco mais de 3 mil empresas.
“A terceirização ainda é uma opção atraente para os empresários, porque esse tipo de contratação gera um custo com pessoal muito menor ao tomador de serviço, podendo aumentar seu capital de investimento, mas que ainda esbarra em várias questões, muitas delas relacionadas a dúvidas e receios”, conclui Amaral.