Congresso em Foco
No sexto cruzamento de informações relativo às eleições municipais de 2016, o Tribunal de Contas da União (TCU) detectou um crescimento considerável de possíveis irregularidades ligadas às receitas e despesas das campanhas eleitorais.
De acordo com o levantamento, dos R$ 2,2 bilhões arrecadados, cerca de R$ 1,4 bilhão estão sob suspeita – ou seja, quase metade do montante arrecadado por candidatos – e serão investigados junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As informações foram divulgadas pelo TSE nesta segunda-feira (17).
Alguns casos ganharam destaque. O primeiro é de uma gráfica que, com apenas dois funcionários, recebeu R$ 219 mil para fornecer serviços a um candidato. Outro empreendimento, do ramo de produções, está na mira das investigações e tem como sócio um beneficiário do programa social Bolsa Família. Neste caso, foram investidos R$ 3 milhões nos serviços do estabelecimento.
A pesquisa do TCU identificou ainda um doador, também contemplado pelo Bolsa Família, que investiu R$ 75 milhões para campanhas eleitorais de concorrentes às vagas disputadas este ano.
Primeiro turno
Essa eleição não foi como as outras. Como este site mostrou no dia 2 deste mês, uma candidata que carrega dois inimigos públicos no nome e no sobrenome – Dilma Cunha da Silva, se elegeu prefeita da pequena Cássia dos Coqueiros (SP). Há também uma família – o clã dos Donadon, responsável pelo primeiro deputado preso no exercício do mandato – que, mesmo barrada pela Lei da Ficha Limpa, se lançou na disputa – não inibe os parentes o fato de que um deles estava foragido da Justiça em pleno primeiro turno. E, em um país como o Brasil, há uma continental diversidade de dados sobre candidaturas e municípios.
Esta também é, por exemplo, a eleição em que a maioria entre os postulantes (37,40%) tem como grau de instrução apenas o ensino médio completo. E, no outro extremo, apenas seis analfabetos entre os 496.898 candidatos.