Ucrânia trabalha para retomar exportações de grãos

A Ucrânia prosseguiu neste domingo (24) com esforços para retomar as exportações de grãos de seus portos do Mar Negro sob um acordo destinado a aliviar a escassez global de alimentos, mas alertou que as entregas pode ser prejudicadas, caso mísseis russos atinjam Odessa.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, denunciou o ataque de ontem (23) como uma “barbárie” que mostrou que não se pode confiar em Moscou para implementar um acordo selado apenas um dia antes com mediação da Turquia e da Organização das Nações Unidas (ONU).

Militares ucranianos, citados pela emissora pública Suspilne, disseram que os mísseis russos não atingiram a área de armazenamento de grãos do porto nem causaram danos significativos. Kiev disse que os preparativos para retomar os embarques de grãos estão em andamento.

“Continuamos os preparativos técnicos para o lançamento das exportações de produtos agrícolas de nossos portos”, disse o ministro da Infraestrutura, Oleksandr Kubrakov, em um post no Facebook.

Segundo os militares ucranianos, dois mísseis Kalibr disparados de navios de guerra russos atingiram a área de uma estação de bombeamento no porto e outros dois foram abatidos pelas forças de defesa aérea.

A Rússia disse neste domingo que suas forças atingiram um navio de guerra ucraniano e um armazém de armamentos em Odessa com mísseis de alta precisão.

Acordo

O acordo assinado por Moscou e Kiev na sexta-feira (22) foi saudado como um avanço diplomático que ajudaria a conter a disparada global dos preços dos alimentos, restaurando os embarques de grãos ucranianos para 5 milhões de toneladas por mês, nível anterior à guerra.

Mas o assessor econômico de Zelenskiy alertou hoje que o ataque a Odessa sinalizava que isso poderia estar fora de alcance.

Oleh Ustenko disse que a Ucrânia pode exportar 60 milhões de toneladas de grãos nos próximos nove meses, mas caso as operações de seus portos sejam afetadas, isso levaria até 24 meses.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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