Nesta segunda-feira (6), a climatologista Francis Lacerda do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) e o PhD em Meteorologia, Paulo Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), participam do Colóquio do Centro de Energias Renováveis (CER) da Universidade Federal de Pernambuco. Os pesquisadores desenvolvem no interior do estado, através da rede Ecolume, um projeto inovador na América do Sul onde potencializa a energia solar voltada para o armazenamento e o gerenciamento de água para produção alimentar de vegetais e animais. O evento começa a partir das 13h30 no auditório do CER da instituição.
Francis Lacerda, que é coordenadora do Laboratório de Mudanças do Clima do IPA, abordará sobre o Ecolume enquanto conceito inovador de interesse para as áreas alimentares, hídricas e também energéticas. Já em fase de experimentos práticos através de protótipo técnico-científico-social em desenvolvimento em Ibimirim, o Ecolume visa demonstrar que é possível plantar água, comer Caatinga e irrigar com o sol. O conceito- experimento, atento a desafios postos pelos impactos socioeconômicos e ambientais frente à mudança climática, bem como para a necessidade de adaptações, aposta no sistema agrovoltaíco para produção alimentar familiar. E, na palestra, a pesquisadora apresentará o conceito Ecolume diante dos desafios das mudanças climáticas no semiárido nordestino.
Na programação, Paulo Nobre, coordenador do Sistema de Modelagem Brasileira das Mudanças Climáticas, desenvolvido pelo Inpe, abordará sobre a abundância energética e as mudanças climáticas enquanto uma questão central para o futuro da sociedade. O Ecolume inclusive já vem apostado neste cenário, investindo no Bioma Caatinga, no semiárido do Brasil – região de pouca chuva, quente e muita incidência solar durante a maior parte do ano, além de uma fauna e flora naturalmente adaptada.
“Tais condições naturais, associadas a contextos da mudança do clima, estes que agravarão secas nestas regiões e em outras não semiáridas, demandam de pesquisadores também em áreas de energias renováveis a busca por estudos, inovações científicas e tecnológicas que estimulem e atrelem novos experimentos socioeconômicas e ambientais vinculados ao potencial solar no já adaptado ecossistema do clima semiárido”, fala Francis. Assim, endossa a pesquisadora, é preciso primeiro enxergar a Caatinga como um local de grandes potencialidades e não de miséria.