Por Magno Martins
O que o Datafolha apontou, ontem, na sucessão estadual, mostrando o candidato do PSB, Paulo Câmara, abrindo seis pontos sobre Armando Monteiro (PTB), já estava previsto: o socialista vinha em ascensão permanente, mostrando solidez, enquanto o trabalhista apresentava declínio.
A tendência de crescimento se observou no primeiro levantamento após a morte do ex-governador Eduardo Campos, ocorrida em 13 de agosto. Em menos de um mês, portanto, Câmara superou 32 pontos que o separavam de Armando e colocou seis pontos de vantagem, algo impressionante.
Nunca na história de uma eleição para governador em Pernambuco um candidato consegue igual façanha. Na primeira pesquisa desta corrida estadual, feita em junho pelo Instituto de Opinião, com exclusividade para este blog, Câmara aparecia com apenas 8%, enquanto Armando atingia a casa dos 40%.
O Datafolha de ontem foi a campo entre os dias 8 e 9. Lula esteve em Pernambuco quatro dias antes reforçando o palanque de Armando em dois atos tendo como cenários regiões diferentes – Petrolina, no Sertão, e Recife.
Deu para medir, consequentemente, o impacto da sua visita, que não surtiu efeito algum. Sondagens anteriores apontavam Lula como eleitor influente no Estado, mas parece não ser tão decisivo para ajudar Armando a estancar a sangria nas pesquisas. É bom lembrar que o ex-presidente já vinha sendo personagem frequente no guia do trabalhista.
Armando tem que rever a estratégia de sua campanha. Mais do que isso, fazer uma dura intervenção no seu guia eleitoral. O marqueteiro que conduz a sua propaganda eleitoral é fraco, sem criatividade e isso parece ser uma unanimidade entre os aliados mais próximos do candidato oposicionista.
Já o guia de Câmara é bom, passa emoção, tem identidade, sonoridade e uma belíssima plasticidade, o que, certamente, deve estar pesando – e muito – no convencimento do eleitorado. O Datafolha apontou a virada. Reta saber, a partir de agora, se a pesquisa está mostrando uma tendência sem volta ou uma onda.