Do blog do Magno Martins
O sucateamento que se observa hoje na área de saúde no Estado, com hospitais públicos falidos, sem remédios e médicos, atrasando pagamento de salários com empresas terceirizadas, é algo extremamente grave e preocupante. Recebi, ontem, por exemplo, documentos comprovando que o governador Paulo Câmara também não vem pagando hospitais conveniados no Interior.
O caso mais sintomático se observa em Salgueiro. Ali, a 530 km do Recife, há mais de um ano o hospital Pronto-Socorro São Francisco inaugurou uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) com 10 leitos para todos os pacientes do SUS, mas o Estado não vem fazendo os repasses há mais de 10 meses, o que pode levar a direção a tomar uma medida drástica, optando pelo fechamento da UTI.
“Se o Estado não regularizar os repasses ao hospital teremos que fechar a UTI, o que será um grande retrocesso na área de saúde para Salgueiro e região”, reclama Francisco de Assis Alves Carvalho, diretor-presidente da unidade hospitalar, que enviou documento detalhando o problema ao governador e ao secretário estadual de Saúde, José Iran Pereira.
Em números reais, o Estado está devendo mais de R$ 1 milhão ao referido hospital, sem que abra qualquer perspectiva para o pagamento de pelo menos uma parte. Se a UTI vier a ser fechada, o prejuízo será muito maior para o Estado, porque os pacientes terão que ser removidos para Petrolina, Caruaru ou Recife.
O caos na saúde em Pernambuco, infelizmente, não se resume à ameaça de fechamento deste UTI no Sertão. Médicos terceirizados reclamam da falta de pagamento, assim como grandes, médios e fornecedores da Secretaria de Saúde. Quando se faz cobranças a justificativa do Governo é a mesma, de que não há dinheiro por causa da crise nacional.