O papilomavírus humano (HPV) é a infecção viral mais comum do trato reprodutivo e a maioria das mulheres e homens sexualmente ativos serão infectados em algum momento de suas vidas. Embora a maioria das infecções por HPV desapareçam sozinhas e grande parte das lesões pré-cancerosas se resolva espontaneamente, há um risco que a infecção por HPV se torne crônica e as lesões pré-cancerosas progridam para câncer cervical invasivo. Além do câncer de colo de útero, o HPV pode causar câncer de vulva, vagina, ânus, orofaringe e verrugas genitais.
Com aproximadamente 570 mil casos novos por ano no mundo, o câncer do colo do útero é o quarto mais comum entre as mulheres. A doença é responsável por 311 mil óbitos por ano, sendo também a quarta que mais causa mortes por câncer na população feminina¹. Além disso, recentemente foi identificada uma prevalência de HPV em colo uterino de 22,5% e de 48,8% no ânus em mulheres brasileiras submetidas a transplante renal. Um recente artigo publicado observou que o risco de desenvolvimento de câncer, em especial associado ao HPV, é cerca de seis vezes maior entre mulheres que convivem com o HIV em comparação com aquelas sem HIV.
Pensando nesse cenário, o Ministério da Saúde, o Programa Nacional de Imunizações/PNI e o Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI) ampliaram a indicação até 45 anos de idade com a administração de três doses da vacina contra o HPV (intervalos de 0, 2 e 6 meses) para mulheres com imunossupressão, já que estas pacientes estão mais expostas as complicações decorrentes da infecção pelo vírus. A imunização já está disponível nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) de todo o Brasil.
Prevenção
No Brasil, a estratégia de prevenção e diagnóstico precoce recomendada pelo Ministério da Saúde abrange a utilização de preservativos, a realização de exames de Papanicolau a partir dos 25 anos, e a vacinação contra o HPV. Na maioria dos casos, os sintomas surgem apenas quando o câncer se encontra em um estágio mais avançado, por isso a prevenção precisa ser incentivada.
Ampliação da vacina HPV para mulheres com imunossupressão
Grupo de idade e Indicação: mulheres entre 9 e 45 anos vivendo com HIV-Aids, transplantados de órgão sólidos e medula óssea e pacientes oncológicas | Três doses da vacina HPV (0, 2 e 6 meses).
O Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde disponibiliza a vacina anti-HPV para:
• Meninas de 9 a 14 anos de idade;
• Meninos de 11 a 14 anos;
• Sexo feminino entre 9 a 45 anos e jovens do sexo masculino entre 9 e 26 anos nas seguintes condições: convivendo com HIV/Aids; pacientes oncológicos em quimioterapia e/ou radioterapia; transplantados de órgãos sólidos ou de medula óssea.