A Venezuela registrou, nesse domingo (24), 111 novos casos de covid-19 em 24 horas, elevando para 1.121 o número de contágios, após 70 dias de confinamento.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse que 73 dos novos casos foram importados da vizinha Colômbia, por pessoas entraram no país por fronteiras terrestres, nos estados de Apure, Táchira e Zúlia.
O número de pessoas que se recuperaram da doença é de 262 e há dez mortes associadas à covid-19.
Maduro voltou a acusar o presidente colombiano, Iván Duque, de ter um plano para infectar a Venezuela com a covid-19, por meio de venezuelanos que regressaram da Colômbia.
“Está provado que os ônibus foram contaminados, para que os venezuelanos regressem doentes ao país. É uma ordem de Iván Duque. A Venezuela é um país assediado pela maldade”, disse Maduro à televisão estatal venezuelana.
Por outro lado, o chefe de Estado venezuelano alertou que apenas 60% da população cumprem a quarentena social preventiva da covid-19.
Novas medidas
“As pessoas, depois de semanas [de isolamento], saíram para atividades, para a vida econômica”, explicou.
Apesar do aumento de casos no país, Maduro e a vice-presidente, Delcy Rodríguez, disseram que avaliam medidas para flexibilizar a quarentena.
A imprensa venezuelana informou que as novas medidas vão incluir, além do uso obrigatório de máscara, o uso de óculos.
Os ônibus deverão circular com as janelas abertas e com vários lugares de separação entre passageiros. Os venezuelanos deverão tomar as medidas de segurança ao chegar em casa.
Entretanto, as autoridades do estado venezuelano de Táchira, a 800 quilômetros a oeste de Caracas, fecharam por tempo indeterminado o popular Mercado das Pulgas, por suspeita de ter sido detectado “um foco de contágio” de covid-19.
Instabilidade interna
Cinco milhões de venezuelanos deixaram o país nos últimos seis anos, para fugir à crise econômica, tendo cerca de 50 mil regressado ao país durante a pandemis, de acordo com os dados oficiais.
A Venezuela está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao Executivo decretar “decisões drásticas” para combater a epidemia. O estado de alerta está em vigor até o próximo 13 de junho.
Desde 16 de março os venezuelanos estão em quarentena e impedidos de circular livremente entre os vários estados do país.