O celular é item indispensável nos tempos atuais. Entre as vantagens estão a maior flexibilidade e interação, além de possibilidades quanto à localização, lazer, estudo, trabalho. Durante a pandemia, tornou-se o canal mais importante de comunicação da sociedade, seja por mensagens, ligações ou videochamadas.
Mas o celular sempre disponível na palma da mão pode se tornar um grave problema, afetando a saúde mental e inclusive física das pessoas. Todo mundo já saiu atrasado para um compromisso, e na pressa esquecer o celular. De repente, é como se algo vital estivesse faltando, ele passou praticamente a ser uma extensão corporal do sujeito contemporâneo. Abruptamente chega o sentimento de ansiedade, não está conectado, logado, incomunicável, pode provocar sintomas físicos e emocionais. A exemplo disso: a taquicardia, sentir tremores, sudorese, distonias, dores de cabeça, inquietação etc. Essas sensações, juntas ou isoladas, são mais comuns do que pensamos. E a esse medo de ficar incomunicável pela falta do celular, e todas as sensações que ele causa, se dá o nome de nomofobia.
A nomofobia é o medo inexplicável, inconsciente e irracional, por não está logado em algum aparelho de comunicação, ou rede, aqui estamos falando do celular. São vários os motivos: ausência do sinal, descarregou a bateria, acabou o pacote de dados, houve uma queda de fios, ou o lugar é inacessível as conexões mesmo, tudo que leve a uma possível interdição de se ver logado ou sem o funcionamento do aparelho, leva a desestabilização emocional. Mas, engana-se quem pensa que o tenha a ver com o tempo que se passa utilizando o aparelho.
Se o indivíduo começa a ficar muito preocupado com a quantidade de likes e com a quantidade de likes e compartilhamentos que as suas publicações alcançam, passa a se isolar socialmente, deixa de aproveitar momentos reais, para postar selfies, de uma realidade maquiada e começa a se sentir mais feliz, em um mundo de fantasias, uma vez que vivenciar a realidade pode significar infelicidade ou problemas. Aqui vamos considerar a seriedade do tema, tendo como ponto de partida que em sua grande maioria, “Toda dependência gera consequências nos espaços e relações que o sujeito estabelece com o meio, mas no caso da dependência tecnológica, podemos salientar problemas físicos, como dores de cabeça, postura da coluna, problemas de visão e privação do sono, desvios posturais, lesões musculares e dores no corpo”. “No aspecto clínico a nível psicológico, os transtornos são de origens múltiplas, mas se tratando da dependência podem apresentar quadros de irritabilidade, inquietação, hostilidade, agressividade, depressão, ansiedade e episódios de angústia intensa”, explica o psicanalista e professor do Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG), Rafael Matias e a Psicóloga Clínica Geovana Santos, especialista em Saúde Mental.
Para combater a dependência tecnológica, existem alguns métodos que podem ser aplicados no dia a dia. O especialista recomenda um “detox do aparelho celular”, aproveitando a oportunidade para realizar outras atividades. “O detox dos aparelhos celulares pode ser pensado a partir de outras atividades de lazer. Estamos diante de uma normativa dos estímulos tecnológicos. Coloque outras atividades que podem gerar prazer, em cada refeição lembre-se de se desconectar do dispositivo, realize a higiene do sono desligando o aparelho horas antes de dormir”.
Quando já existe algum grau de dependência, pode ser necessário consultar um psicólogo para iniciar um acompanhamento, que pode incluir vários tipos de técnicas para tentar lidar com a ansiedade gerada pela falta do celular. As abstinências podem ter consequências bem intensas e desagradáveis e as pessoas que estão envolvidas com esses sujeitos devem procurar ajuda., diz a Professora Mestra Geovana Santos.
Atendimento psicológico gratuito – O Centro Integrado de Saúde (CIS) da UNIFG realiza atendimentos com psicólogo de forma gratuita para a população nos Campi de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes e da Boa Vista, no Recife.
Entre os serviços oferecidos estão a psicoterapia individual, grupos terapêuticos destinados à população Idosa (+60), à população LGBTQIA+ e mulheres vítimas de violência doméstica.
Para ser atendido, é necessário realizar a marcação da consulta na clínica-escola da UNIFG através do telefone (81) 3461.5529. A unidade de Piedade fica na Rua Comendador José Didier, nº 27. O campus Boa Vista fica na Avenida Governador Carlos de Lima Cavalcanti, 155. O horário de atendimento é das 8h às 12h e das 13h30 às 21h.