Pedro Augusto
A partir de maio, as sessões da Câmara de Vereadores de Caruaru, na Rua 15 de Novembro, no Centro, passarão a ocorrer sempre no período da tarde e não mais à noite, conforme elas vinham acontecendo já há vários anos. A mudança de horário, que foi anunciada na semana passada pelo presidente da Câmara, Lula Torres (PDT), foi definida não em votação realizada em plenário, mas sim na Sala de Reuniões da Casa. Até o fechamento desta editoria, os legisladores não haviam definido o período em que elas se estenderão, porém a expectativa é de que sejam iniciadas às 15h ou às 16h, com término previsto para as 19h ou às 20h. Atualmente, as sessões vêm começando sempre após as 20h, podendo se alargar até a meia-noite.
A modificação aprovada pela maioria dos edis da Casa não vai interferir nos dias de realizações das sessões, ou seja, elas continuarão ocorrendo habitualmente nas terças-feiras e quintas-feiras. De acordo com o vereador Leonardo Chaves (PDT), a medida se fez necessária devido aos altos índices de violência que estão sendo computados neste ano na Capital do Agreste. “Em minha opinião, o melhor horário para se fazer as reuniões é à noite, inclusive, em anos anteriores já as colocaram durante o dia e não deu muito certo. Haja vista que possuímos um problema muito grande na Rua 15 de Novembro, que se refere à limitação de estacionamento. Mas do jeito que anda a violência na cidade, ou seja, o Estado perdeu o controle quanto à bandidagem, decidimos mudar os horários em comum acordo”, comentou.
Morador da zona rural, Galego de Lajes (PSD) foi um dos vereadores a comemorar a troca de período de realização das reuniões. De acordo com ele, os riscos após o término das sessões vinham sendo frequentes. “Fui um dos legisladores a mais a tocar neste assunto nas últimas semanas, haja vista que as reuniões vêm acabando muito tarde, ou seja, quase meia-noite, e o perigo de assalto, roubo e demais crimes tem sido muito grande em Caruaru. Vinha sempre retornando para casa depois da meia-noite com bastante receio de passar por alguma coisa.”
Além de tentar não dar brecha para a criminalidade, a medida aprovada em votação também promete aproximar mais a população das discussões que são feitas nas reuniões. Quem compartilha deste pensamento é o vereador Bruno Lambreta (PDT). “À tarde, a Rua 15 de Novembro sempre se encontra mais movimentada em relação à noite, então, espera-se que haja, a partir de agora, uma maior presença de pessoas ocupando as galerias da Câmara. Isso se ocorrer, conforme está sendo previsto, será muito bom, pois quanto mais pessoas acompanhando as reuniões, melhor será para discutirmos os assuntos que têm norteado a atualidade de Caruaru.”
Com uma visão diferente em relação aos três colegas, Sérgio Siqueira (PTdoB) foi um dos vereadores a votar contra a mudança. “Votei contra porque a partir do momento em que as sessões saírem do intervalo da noite, menos pessoas poderão acompanhá-las, visto que, na maioria dos casos, elas trabalham no período da tarde. Na prática, passaremos a contar com menos caruaruenses acompanhando os nossos trabalhos. Acredito que essa questão do aumento da violência não pode ser utilizada como argumento para se promover a mudança dos horários, até porque, se fosse por conta disso, os estudantes não poderiam mais estudar à noite e outras atividades deixariam de ser realizadas no período. Respeito a decisão da Casa, até porque se tratou de uma medida democrática.”
Vereadores voltam a receber R$ 15 mil
Em paralelo à repercussão da transferência de horários das sessões, esta semana, mais precisamente na última terça-feira (18), os vereadores da Casa Jornalista José Carlos Florêncio acabaram recebendo uma boa notícia proveniente da Justiça. Por decisão do juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Caruaru, Rommel Silva Patriota, foi revogada na data a liminar que cancelava o aumento dos salários dos legisladores. Desta forma, os edis locais passarão a receber mais uma vez R$ 15 mil e não mais R$ 9 mil conforme havia sido determinado anteriormente.
No último dia 9 de março, o juiz José Fernando Santos tinha suspendido o reajuste justificando que as remunerações dos agentes políticos municipais precisam corresponder a, no máximo, 50% dos salários dos deputados estaduais que recebem atualmente R$ 25.322,25.
Em nota, a Assessoria de Imprensa da Câmara de Vereadores informou que “ainda não foi intimada a respeito da decisão do juiz Rommel Silva Patriota, sobre o pagamento de salário dos vereadores que compõem a Casa. Após a notificação oficial, a Câmara irá acatar a decisão e informar, inclusive, sobre pagamentos futuros e retroativos dos vencimentos dos edis”.