A problemática é um tema sensível, importante, tendo ocupado grande espaço dos noticiários e tem sido pauta diária em todo o ambiente escolar. O papel e a responsabilidade da família se fazem bem maior que dos espaços institucionais de ensino frente a esta temática.
A primeira recomendação neste momento é que os pais e responsáveis consigam retomar o equilíbrio para que, juntos às instituições escolares, possam instruir os estudantes.
A sensação de medo e insegurança tem tomado grande repercussão entre os adultos, mas não devem ser passados para as crianças. Pelo contrário, devem se sentir acolhidas, ter confiança e encontrar na família e escola um porto seguro.
A escola é um ambiente de acolhimento, integração e relacionamento dos alunos, não podendo perder esta cultura, trazendo a calma e o controle sobre a situação com uma rotina dentro do padrão, sendo um ambiente onde se consegue trabalhar o socioemocional.
Vivenciamos no momento uma onda de postagens nas redes sociais sobre ameaças reais ou imaginárias que têm gerado pânico e medo em alguns círculos. Medidas têm sido tomadas pelas instituições de ensino quanto ao reforço nos seus esquemas de segurança interna, deixando-os mais ostensivos, controles na portaria mais rigorosos e acompanhamento maior através de câmeras e colaboradores.
A família deve conversar com seus filhos, atentos à mudança de comportamento, isolamento, fiscalizando o celular, as redes sociais, acompanhando e observando o que há na mochila do aluno e quais as conversas circulam no lar, sinalizando a instituição escolar.
Uma forma de dialogar com os filhos pequenos sobre os acontecimentos atuais é trazer a segurança e demonstrar que os adultos estão cuidando para que haja a proteção. Já com os pré-adolescentes e adolescentes, buscar ser escuta, compreender o que está sabendo sobre o assunto, o que está sentindo diante a isto e dialogar, levando a compreensão que as escolas têm se preparado e mantido rigidamente a segurança.
Mediante observação de reprodução de posts ou comentários em redes sociais, a escola orienta alunos e família sobre a possibilidade de buscar apoio psicológico. Em casos graves, autoridades podem ser envolvidas.
Orientamos às famílias não repostarem vídeos com supostas informações sobre ataques, conscientizando quanto mal faz as crianças e adolescentes a disseminação de pânico através da propagação de vídeos. É necessário acolher as crianças e jovens, trazendo um olhar de segurança e ter um posicionamento claro contra a disseminação de fakenews.
Importante conscientizar também sobre as questões que envolvem bullying presencial e digital, o uso inadequado das redes sociais, sinais de ódio, trazendo a resolução de conflitos para que não sejam esquecidos depois da superação dessa crise. Um trabalho socioemocional deve ser feito, compartilhando com alunos e famílias as reflexões sobre potenciais consequências negativas do uso das redes sociais sem nenhuma limitação e sem acompanhamento devido a cada caso em específico.
Juntos somos capazes de superar mais este momento desafiador, com uma equipe escolar bem-articulada e firme nos propósitos da escuta e diálogo, superando este momento e se fortalecendo cada vez mais.
*Departamento de Psicopedagogia do Colégio Exato Prime – Adriana Silva é psicopedagoga e neuropsicopedagoga