O imbróglio de Caruaru
Do Boog do Magno
Presidente estadual do PDT, o deputado Wolney Queiroz tomou café da manhã, ontem, com o governador Paulo Câmara e o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, no Palácio do Campo das Princesas. De forma incisiva, quando tratou das eleições municipais aconselhou o governador a ficar de fora da campanha em Caruaru.
Segundo os argumentos apresentados pelo parlamentar, os três candidatos que se apresentarão na corrida sucessória em Caruaru integram a base governista e não têm a menor condição de selarem um entendimento. “Da nossa parte, não existe a menor possibilidade de acordo com Raquel”, disse, referindo-se à parlamentar filha do ex-governador João Lyra Neto.
Da mesma forma, segundo ele, ocorre com o deputado Tony Gel, pré-candidato do PMDB, que corre por fora sem chances de uma aliança nem com Lyra nem com o grupo de Queiroz. “Para o senhor não ter problemas em Caruaru, tamanha a divisão na base governista, melhor não ir fazer campanha para ninguém”, aconselhou.
Câmara, Geraldo e o secretário da Casa Civil, Antônio Figueira, que também esteve presente, ouviram atentamente as ponderações de Wolney, que não sinalizou, em nenhum momento, para o nome que o prefeito de Caruaru, José Queiroz, o seu pai, apresentará à sua sucessão.
Há uma desconfiança de que o candidato do grupo do prefeito seja o senador Douglas Cintra, do PTB e ligado ao ministro Armando Monteiro Neto. Se isso vier a se concretizar, o governador pode não atender à sugestão de Wolney, de não se envolver na campanha, simplesmente pelo desejo de derrotar Armando, para este não se fortalecer em Caruaru nas eleições para governador em 2018.
Pelo visto, Caruaru pode se transformar num tremendo imbróglio, muito mais complicado e difícil de se resolver com uma simples ausência do governador da campanha, como sugere Wolney. Eleição municipal está associada à estadual, dois anos depois, e o PSB, que está no poder, como todo partido, tem pretensão de eleger o maior número de prefeitos.