STJ nega pedido de habeas corpus a Marcelo Odebrecht e mais três executivos

Da Agência Brasil

O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Ribeiro Dantas, negou liminarmente habeas corpus aos executivos Marcelo Odebrecht, Cesar Ramos Rocha, Márcio Faria da Silva e Rogério Santos de Araújo, investigados pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF). No habeas corpus, a defesa dos executivos da Odebrecht pedia o trancamento de um segundo processo que apura a suposta prática de corrupção ativa. A decisão foi informada ontem (31) pelo STJ.

Os quatro executivos já foram denunciados por organização criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro, processo no qual foram decretadas suas prisões preventivas.

Os advogados recorreram de decisão de desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) que indeferiu liminarmente o habeas corpus. A defesa sustentou que os executivos estão sendo submetidos a flagrante constrangimento ilegal, pois no segundo processo são apuradas as mesmas condutas objeto da primeira ação penal.

Na decisão, o ministro Ribeiro Dantas destacou que o STJ já tem jurisprudência pacificada no sentido de que não cabe habeas corpus contra decisão que indefere pedido liminar, salvo em casos de flagrante ilegalidade. “No caso dos autos, não se verifica a ocorrência de flagrante ilegalidade na decisão impugnada, de modo a justificar o processamento da presente ordem”, disse Ribeiro Dantas, no processo.

No dia 19 de setembro, o juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, mandou soltar Cesar Ramos Rocha. Segundo Moro, a prisão de Rocha pode ser convertida em medidas cautelares porque o investigado não oferece mais riscos às investigações.

Justiça aceita nova denúncia contra Marcelo Odebrecht e executivos

Do G1

O juiz federal Sérgio Moro aceitou nesta segunda-feira (19) mais uma denúncia contra o presidente da holding Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e mais três executivos ligados a empresa.

A Justiça também aceitou a denúncia contra Pedro José Barusco Filho, Renato de Souza Duque, que eram funcionários do alto escalão da Petrobras.

Desta forma, o grupo se torna réu em mais uma ação penal no âmbito da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção e desvio de dinheiro na Petrobras. Todos estão presos desde junho deste ano, quando foi deflagrada a 14ª fase da Operação Lava Jato.

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o grupo nesta sexta-feira (16). Eles foram denunciados por irregularidades em contratos firmados pela Odebrecht com a estatal. Conforme o órgão, as propinas envolvidas nos contratos chegam a R$ 137 milhões.

“A prova material do fluxo de contas controladas pela Odebrecht a dirigentes da Petrobrás, é um elemento probatório muito significativo”, diz trecho do despacho desta segunda-feira.

Veja a lista de denunciados e os crimes
– Marcelo Odebrecht: corrupção ativa
– Márcio Faria: corrupção ativa
– Rogério Araújo: corrupção ativa
– César Rocha: corrupção ativa
– Pedro Barusco: corrupção passiva
– Renato Duque: corrupção passiva

De acordo com a denúncia do MPF, os contratos que são alvo da ação estão relacionados aos projetos de terraplenagem no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e na Refinaria Abreu de Lima (RNEST); à Unidade de Processamento de Condensado de Gás Natural (UPCGN II e III) do Terminal de Cabiunas (Tecab); à Tocha e Gasoduto de Cabiunas; e às plataformas P-59; P-60, na Bahia.

Segundo a denúncia, os pagamentos das propinas ocorreram entre dezembro de 2006 a junho de 2014, principalmente, em espécie e depósitos no exterior.

Novas prisões

Ao aceitar a denúncia, Moro ainda decretou nova prisão preventiva para Rogério Santos de Araújo, Márcio Fária da Silva e Marcelo Bahia Odebrecht. Para ele, a saída destes presos da cadeia representa riscos à investigação, à instrução criminal e à aplicação da lei penal.

Por considerar risco à ordem pública e à aplicação da lei penal também foi decretada nova prisão preventiva contra Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras. O MPF havia solicitado outra prisão preventiva contra Cesar Ramos, porém, ele ficou de fora da decisão de Moro.