Detento é esquartejado e outro fica ferido em nova rebelião no Complexo do Curado

Da Folhape

Um detento foi esquartejado e outro ficou ferido no início da tarde desta terça-feira (20), no Complexo Prisional do Curado, antigo Aníbal Bruno, no bairro do Sancho, na Zona Oeste do Recife. A identificação das vítimas ainda não foi divulgada, mas os detalhes serão repassados durante coletiva, às 16h, realizada pelo secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico.

O clima de tensão na unidade prisional foi retomado por volta das 9h, quando foram ouvidos, por familiares dos presos, tiros e estrondos de granadas. Um helicóptero, inclusive, teria feito o monitoramento da área do presídio. O Batalhão de Choque foi acionado e entrou na unidade para conter o tumulto. Muitos detentos conseguiram quebrar os cadeados das celas e passaram a circular livremente pelo presídio.

Cortesia/WhatsApp

Trânsito ficou complicado com carros estacionados

Os presos também realizam greve de fome e pedem a presença do juiz Luiz Rocha, titular da 1ª Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Por conta da violência na unidade prisional, a avenida em frente ao Complexo começou a ser fechada pela polícia por volta das 13h50. Na última segunda-feira (19), uma rebelião no local deixou dois mortos e 24 feridos.

O primeiro sargento Carlos Silveira do Carmo, de 44 anos, era lotado no Batalhão de Guarda da corporação e atuava na penitenciária há seis meses. Além dele, um detento, identificado como Edvaldo Barros da Silva Filho, também morreu durante o tumulto.

Os reeducandos dos presídios Juiz Antônio Luiz Lins de Barros, Frei Damião de Bozzano e Agente Marcelo Francisco de Araújo, que compõem o complexo prisional, receberam atendimento nas enfermarias das prisões e em hospitais da Cidade.

 

Vereador cobra audiência para discutir penitenciária de Caruaru

O vereador Neto (PMN) cobrou da presidência da Câmara, na sessão da última quinta-feira (12), que marque a audiência pública para discutir a superlotação da Penitenciária Juiz Plácido de Souza, em Caruaru. “Há mais de 60 dias apresentei requerimento solicitando essa audiência e até agora nada”, disse.

Neto faz parte da Comissão de Direitos Humanos da Câmara e, neste ano, esteve no local conhecendo a realidade do presídio. “O trabalho de ressocialização que é desempenhado na unidade poderia estar dando melhores resultados se não fosse a superlotação”, observou.

Na última terça-feira (10), o Conselho Nacional do Ministério Público divulgou um relatório de visitas nas unidades prisionais de Pernambuco e a penitenciária de Caruaru foi destaque mais uma vez pela superlotação. A PJPS possui capacidade para 380 presos, mas abriga 1.302 pessoas. Desse total, apenas 300 são condenados. Os demais ainda aguardam julgamento.