Curso orienta como utilizar suprimento individual no setor público

Como aplicar corretamente os recursos do suprimento individual no setor público e prestar contas é proposta do curso que será ministrado de 19 a 22 de agosto, na Escola de Contas Públicas, órgão superior do TCE (Tribunal de Contas do Estado). Os interessados podem se inscrever no link www.tce.pe.gov.br/escola.

Quem participar do curso vai conhecer quais as despesas processáveis por suprimento individual, quem pode ser supridor, situações impeditivas para concessão de suprimento individual, retenções tributárias e prestação de contas.

As aulas serão expositivas e sempre intercaladas com discussão e exercícios práticos. De formato presencial, a capacitação é realizada na sede da Escola de Contas, localizada na avenida Mario Melo, 90, Santo Amaro, Recife, das 14h às 17h40. Informações: (81) 3181-7953.

Nossas conversas ainda são promissoras, diz Freire sobre fusão PPS-PMN

Do Poder Online

Se na semana passada o deputado Roberto Freire (PPS-SP) já dizia enxergar caminhos distintos para seu partido e para o PMN, ele agora diz ainda ver chance de uma fusão para criar o Mobilização Democrática. “As conversas que estamos tendo ainda são promissoras. Não é nada certo. Mas é promissor”, afirmou o deputado.

Segundo ele, tudo deve começar a se definir a partir de agosto. No entanto, o deputado já não fala mais com o mesmo entusiasmo sobre a possibilidade de atrair o ex-governador de São Paulo José Serra para a empreitada.

Serra vem mantendo conversas com o PSD do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab desde que começou a entrar água na criação do MD. ”Não tem nada disso. Cada coisa no seu tempo”, minimizou Freire.

OPINIÃO: A visita do papa Francisco ao Brasil

Por JOÃO BATISTA LIBÂNIO*

Quando no Brasil reinava tranquila a maioria católica, a visita de um papa seria somente sinal de júbilo, confirmação e reforço da religião. Caracterizava-se fundamentalmente como ato religioso. Vivemos outros tempos. Além de crescer a faixa dos não crentes e de crentes sem vínculos religiosos, modificam profundamente o cenário religioso grupos evangélicos hostis às religiões tradicionais, inclusive as oriundas da Reforma. Com mais razão, opõem-se à religião majoritária católica. E a visita do papa Francisco provoca reações de desconforto, apelando para o argumento de que um Estado laico não pode favorecer e gastar por causa de tal visita.

A distinção entre religioso e civil perdeu muito da validez. Seja porque a esfera religiosa ocupa cada vez mais papel no mundo político, haja vista a bancada evangélica na Câmara, seja porque o próprio Estado necessita, não raro, do refrigério religioso para encontrar valores éticos perdidos na cultura. O Estado salva a religião e a religião salva o Estado.

Vimos na fatídica experiência do Leste europeu o que aconteceu com Estados hostis e perseguidores das religiões. Hoje, são lembranças. Mesmo a secularizada Europa convive com surtos religiosos importantes que influenciam a política. Logo após a Segunda Guerra Mundial, a Europa viu dois países ditatoriais ruírem. E os primeiros ministros que a refizeram vieram de alas cristãs e impregnados de seus valores: De Gasperi, Adenauer, Schuman.

Voltando à visita do papa Francisco. Ele transcende a simples figura de líder da Igreja católica. Paulo VI definiu bem a presença de um papa nos dias de hoje. Quando discursou na ONU, disse que se sentia representante de “humanidade”, e não da Igreja católica. A ausência do artigo antes de humanidade alude aos valores que ele pretende defender no fórum mundial de democracia.

No momento em que o Brasil experimenta mobilizações populares, a presença de um líder de humanidade calha perfeitamente. Ele não vem animar os jovens simplesmente para manterem-se fiéis à religião católica, mas para despertá-los para a defesa dos direitos fundamentais do ser humano contra a injustiça social, a arrogância e a corrupção dos poderes.

Desde os primeiros gestos do seu pontificado, a tônica principal bate no ponto chave da proximidade com os pobres, com o povo sofrido. E disso deu magistral exemplo ao escolher Lampedusa para a primeira viagem apostólica do pontificado. Ilha italiana do Mediterrâneo que tem sido palco de enorme tragédia humana. Os migrantes, sobretudo da África, lá aportam e recebem humilhante tratamento, sem falar dos mortos. E o papa lá esteve na primeira viagem. Algo extremamente simbólico e auspicioso para que ele continue na linha de humanidade.

A visita ao Brasil não se restringe ao mundo católico, mas ao todo da realidade brasileira, como alguém que vem reforçar o que as ruas estão a pedir na linha da justiça, da igualdade, da honestidade, da rejeição dos privilégios. Cada dia ele tem mostrado que não quer privilégios, mas viver o mais simples possível no cargo que ocupa. Precisamos de um exemplo como esse!

* João Batista Libânio é um padre jesuíta, escritor e teólogo brasileiro. Texto publicado originalmente no jornal O Tempo