Sede do PT atacada em São Paulo

O PT confirmou neste domingo (15), por meio de nota, que a sede do  partido em Jundiaí (SP) sofreu um atentado a bomba, provavelmente tipo molotov, em dia de manifestações contra o governo Dilma Rousseff em todo o país. 

O crime provocou danos em cômodos da sede, e queimou documentos, cortinas, mesas e cadeiras. A polícia militar da cidade informou que vândalos atearam fogo no local depois dos protestos, como informa a Agência Brasil.


Presidente da Câmara Municipal de Jundiaí, o petista Gerson Sartori comentou o episódio em sua página no Facebook. Condenando o ataque, ele registrou também um vídeo mostrando as instalações e a foto ao lado. “Lamentável este tipo de ação que espero que tenho sido de vândalos e não de adversários políticos, que durante esta semana estiveram ocupando as redes sociais de maneira oportunista”, disse Gerson.


O presidente municipal da sigla, Arthur Augusto, disse que prefere não acreditar que a ação seja obra de adversários políticos. “Vamos aguardar a PM e a Polícia Civil investigarem o que houve e punirem os culpados pelo ataque. É preciso ter cuidado com o que se divulga porque todos nós podemos ser vítimas desse processo que induz à desinformação, ao desserviço da democracia e, consequentemente, ao ódio que tem se instalado em nosso país”, declarou Arthur, criticando o “processo de incitação ao ódio” disseminado pela imprensa.

Arthur Augusto disse que agora cabe às polícias de Jundiaí desvendar a autoria do crime. O dirigente recebeu oficiais da PM e da Polícia Civil de Jundiaí na tarde deste domingo (15) e espera a punição dos culpados.

Governo vai apresentar pacote anti-corrupção 

Os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, foram escalados pelo governo para falar após as manifestações que ocorreram em todo o país. Ambos ressaltaram que os manifestantes têm em comum o desejo de combater a corrupção e anunciaram que o governo enviará ao  ongresso Nacional, nos próximos dias, um conjunto de medidas nesse sentido.

“É por isso que o governo, que tem uma clara postura de combate à corrupção, irá anunciar algo que já era uma promessa eleitoral da presidente Dilma Rousseff, que é um conjunto de medidas de combate à corrupção e à impunidade”, explicou Cardozo.

Segundo ele, essas medidas ainda não tinham sido enviadas ao Congresso porque necessitavam de ampla análise técnica e jurídica, inclusive porque algumas delas não podem ser de iniciativa do Poder Executivo. No entanto, Cardozo disse que a formulação delas já está em ponto avançado e, por isso, será possível divulgá-las em breve.

Durante a entrevista dos ministros, transmitida por emissoras de TV, moradores de algumas cidades, como Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, voltaram a se manifestar com panelaço e buzinaço. No último domingo (8), enquanto a presidenta Dilma Rousseff falava em rede nacional de rádio e televisão, em seu pronunciamento pelo Dia Internacional da Mulher, várias cidades do país registraram protestos desse tipo.

Desejo de mudança marcou protestos pelo país 

Sara Resende e Fábio Góis

A reportagem do Congresso em Foco testemunhou in locoas manifestações contra a corrupção, o governo e pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff, neste domingo (15), em Brasília. No mar de gente em verde e amarelo que encheu a Esplanada dos Ministérios, pessoas de todas as idades, diversas classes sociais e ideologias diferentes – e até de outras nacionalidades, como mostramos ao registrar o depoimento do egípcio Ahmeb Quarm, 27 anos (veja abaixo). Mas todos com algo em comum: o desejo de mudança.

Uniram-se cerca de 50 mil pessoas sob o céu nublado de Brasília, segundo o comando central da Polícia Militar. Como é comum em manifestações, cartazes, faixas, fantasias, rostos pintados e muita palavra de ordem compuseram o cenário cívico no centro das decisões nacionais. 

Na condução do ato, grupos como o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral e o Vem pra Rua, que convocaram o povo pelas redes sociais, davam voz à multidão aos gritos de “fora, Dilma” e “fora, PT” – sobrou também para os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para o ex-presidente Lula e para o senador Fernando Collor (PTB-AL), entre outros