Informalidade do trabalho no Agreste pernambucano é tema de palestra no Armazém da Criatividade

A palestra abordará a informalidade do trabalho, problemática que acompanha a experiência socioprodutiva do Agreste Pernambucano e que vem se metamorfoseando mais recentemente e compondo uma dinâmica que conecta a informalidade à formalidade.

O estudo é o resultado de pesquisa realizada entre 2012 e 2016, que procurou dar voz aos agentes coletivos, aos proprietários, mas sobretudo aos trabalhadores do chão das fábricas-lavanderias. A partir do entendimento da informalidade como multidimensional, indo além do critério legal da “carteira assinada” foi possível enxergar os detalhes das relações patrão-empregado.

Promovido pelo Grupo de Estudos e Intervenções do Agreste (GEIA), em parceria com o Armazém da Criatividade, o evento traz como palestrante a professora Ana Márcia Almeida (UFPE/CAA), apresentando o resultado de pesquisa, realizada entre 2012 e 2016. Além da professora Ana Márcia, também participa da mesa, como debatedora, a professora Myrna Loreto (UFPE/CAA).

Exposição Depois que a Feira Termina em cartaz no Sesc Caruaru

Exposição Depois que a Feira Termina em cartaz no Sesc Caruaru
Abertura da mostra, que ocorre nesta sexta-feira (26), contará com a participação do compositor Onildo Almeida e do poeta Dedé Monteiro

A cidade que comporta uma das mais importantes feiras do Brasil, a Feira de Caruaru, não poderia faltar no roteiro da exposição Depois que a Feira Termina. O Sesc Caruaru traz para o Teatro Rui Limeira Rosal o trabalho dos fotógrafos Claudio Gomes, Henrique Lima, Maria Ruana, Pollyana Mattana, Verner Brenan e Wally Ricardo, que aborda a relação entre a poesia e as vivências nas cidades do Alto Sertão do Pajeú. A abertura será nesta sexta-feira (26), às 20h, com acesso livre ao público.

O grupo Suite de Barro estará na solenidade, assim como o cantor e compositor caruaruense Onildo Almeida, que será homenageado na abertura. Ele é autor da música “A Feira de Caruaru”, gravada por Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, e tem centenas de composições, muitas delas gravadas por artistas como Chico Buarque, Jackson do Pandeiro, Caetano Veloso e Gilberto Gil. O poeta Dedé Monteiro, autor do texto “Fim de Feira”, que deu origem à exposição, também estará presente na abertura e será um dos homenageados.

A exposição Depois que a Feira Termina retrata feiras de cidades como Serra Talhada, Santa Cruz da Baixa Verde, Triunfo, Calumbi, Flores, Quixaba, Tuparema, Carnaíba, ltapetim, Afogados da lngazeira,Tabira, Santa Terezinha e Brejinho. A visitação estará disponível de segunda à sexta-feira, das 9h às 21h, e tem entrada gratuita.

Serviço – Exposição – Depois que a Feira Termina

Local: Teatro Rui Limeira Rosal – Rua Rui Limeira Rosal, s/n, no bairro Petrópolis
Visitação: segunda à sexta-feira, às 9h às 21h
Informações: 3721.3967
Gratuito

Centrais sindicais avaliam “Ocupe Brasília” como positiva e sinalizam nova greve geral

Na avaliação das centrais sindicais e movimentos sociais, a marcha “Ocupe Brasília”, ocorrida nesta quarta-feira (24) e contrária às reformas Trabalhista e da Previdência, foi um sucesso e contou com a adesão maciça da população. De acordo com os organizadores, a previsão de cem mil pessoas nos ruas foi superada com tranquilidade e o recado ao Congresso e ao Palácio do Planalto foi dado.

O presidente Michel Temer também foi alvo de críticas, com pedidos de renúncia do seu mandato, atrelando seu nome às denúncias de propina delatadas pelos sócios da empresa JBS. Lideranças sindicais se reúnem hoje a noite para avaliar a possibilidade de uma nova Greve Geral, que promete ser maior que a realizada em abril.

Para José Calixto Ramos, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e um dos organizadores da marcha, a população aderiu aos movimentos por sentir a falta de uma maior representação dentro do governo.

“Apesar de alguns focos de tensão, os protestos foram pacíficos. Ficamos orgulhosos em ver vários setores da sociedade civil organizada juntos, numa só bandeira suprapartidária. Tentamos de todas as formas mostrar ao presidente Michel Temer e ao deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara, o quão prejudicial essas reformas são para o País, mas eles não quiseram nos ouvir. Essas atitudes mostram total insensibilidade e falta de diálogo com o povo brasileiro. Se eles não nos ouvem, nos resta protestar”, afirma Calixto.

O sindicalista também coloca que a “Ocupe Brasília” foi um primeiro passo para novos protestos, ainda sem datas definidas, mas que já tem a adesão de boa parte dos setores dos diversos sociedade. “Se o Congresso e o Governo não se sensibilizarem, vamos fazer uma paralisação maior ainda”, defende o presidente da NCST.

“A tentativa de desmonte dos direitos trabalhistas está escancarada, é só vermos todas as medidas que o governo vem tomando nos últimos anos. Essas reformas propostas visam implantar o estado mínimo e acabar com o estado de bem-estar social que temos hoje, colocando o trabalhador para pagar toda a conta dessa crise. Como sempre, colocam a população para pagar por um erro que não é seu e não iremos permitir esse tipo de postura. As manifestações e eventos iguais a este irão continuar por todo o Brasil”, completa Moacyr Roberto Tesch Auersvald, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade e dirigente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST).

Inscrições abertas para o Camarote da Acessibilidade do São João de Caruaru

A partir da próxima segunda (29) estarão abertas as inscrições para os interessados em aproveitar o São João no Camarote da Acessibilidade de Caruaru. O espaço é destinado à idosos e pessoas com deficiência e seus respectivos acompanhantes, de forma gratuita, durante os festejos do Pátio de Eventos Luiz Lua Gonzaga, que acontecem entre os dias 03 a 29 de junho. A ação será realizada pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, através da Coordenadoria de Promoção das Pessoas com Deficiências.

Os interessados devem fazer o agendamento prévio com o Centro de Atendimento às Pessoas com Deficiência (CAPD), através do 0800-281-3344 ou 3701-1885. No caso específico das pessoas surdas, os interessados devem se inscrever através do e-mail capscapd@hotmail.com. O agendamento deverá ser realizado de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h. Serão ofertadas 40 vagas por noite.

No ato da inscrição deverá ser informando o nome completo do interessado, idade, número do RG ou CPF, tipo de deficiência, município onde reside e dia que deseja participar do Camarote, tanto para a pessoa com deficiência quanto para o acompanhante. O Camarote da Acessibilidade de Caruaru conta com recursos como rampa, corrimão, piso tátil, plataforma elevatória, sala de cateterismo e banheiro químico adaptado. Esta ação conta com o apoio da Fundação de Cultura e Turismo de Caruaru.

Governo usa exército para se manter no poder, denuncia Humberto

Surpreendido com o decreto baixado pelo presidente não eleito Michel Temer (PMDB) que aciona a Garantia da Lei e da Ordem e estabelece que as tropas federais atuarão em Brasília até a próxima quarta-feira (31), o líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), criticou a medida e informou que, junto com senadores do PT e da oposição, vai requerer informações ao Palácio do Planalto sobre o ato.

O parlamentar também pediu a organização de reunião emergencial entre todos os parlamentares para discutir a atual situação calamitosa do país e que a medida do governo pode ser anulada com a aprovação de um projeto de decreto legislativo no Congresso Nacional.

“Estamos vendo uma crise institucional da maior gravidade. Nós estamos vendo, sem ter as informações precisas, que o presidente da República extrapolou as suas competências e tomou uma decisão que compromete a democracia brasileira”, afirmou.

Para Humberto, certamente Temer tem bons advogados a orientá-lo e “alguém que saiba ler” o que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu. Maia já reiterou que não pediu o uso das Forças Armadas – ao contrário do que Temer disse. “Na medida em que o o chefe do Executivo é muito bem assessorado e sabe ler muito bem, nós temos que pensar se não é uma manobra diversionista essa que ele está fazendo”, ressaltou.

O senador declarou que, em meio à gravíssima crise institucional que vive o país, Temer tomou uma decisão absurda, pois o país não registra nenhuma convulsão social que justifique a medida.

Segundo ele, a manifestação Ocupa Brasília, nesta quarta-feira, que teria sido o mote para o decreto, foi pacífica e contou com a participação de mais de 100 mil pessoas. A violência no protesto, de acordo com o senador, foi provocada por um pequeno grupo de infiltrados que planejaram antecipadamente todo o distúrbio para, no fim, ter um pretexto a fim de chegar a intervenção da polícia e, agora, do Exército.

“Antes de convocar as Forças Armadas, ainda que fosse justificado o Estado de Defesa, o governo teria de determinar ao Ministério da Justiça, e não ao da Defesa, para chamar a Força Nacional. É uma questão que extrapola qualquer problema regimental e de ordem política”, afirmou.

Humberto avalia que Temer tenta, ao baixar o decreto, desviar a atenção de que o governo não existe mais, por estar extremamente fragilizado por conta da enxurrada de denúncias de corrupção. “Ele quer justificar o uso das Forças Armadas, que certamente não querem se prestar a esse papel, e querer justificar e condicionar a sua permanência no poder à ordem pública”, comentou.

Manifestantes de todo o país participaram do “Ocupa Brasília” para pedir a saída de Temer, eleições diretas já e o arquivamento das reformas trabalhista e da Previdência no Legislativo. O movimento foi iniciado, ainda pela manhã, no estádio Mané Garrincha e depois seguiu pelo centro da cidade até chegar à Esplanada e ao Congresso Nacional, onde foi reprimido pela PM.

Paulo Câmara promove 1,2 mil policiais militares e entrega viaturas ao Corpo de Bombeiros

Dando continuidade à implementação das ações do Plano de Segurança de Pernambuco, lançado em abril, o governador Paulo Câmara entrega, nesta quinta-feira (25.05), no Classic Hall, Insígnias aos oficiais, subtenentes e sargentos recém-promovidos da Polícia Militar. Ao todo, 1.216 policiais receberam promoção, sendo 373 oficiais e 843 praças, que ascendem na corporação como reconhecimento pela entrega à luta diária pela preservação da integridade da sociedade pernambucana.

À tarde, Paulo Câmara fará a entrega de 32 novas viaturas para o Corpo de Bombeiros de Pernambuco (CBMPE), sendo 20 carros de menor porte e 12 caminhonetes. A nova frota irá para unidades da instituição localizadas no Recife, Olinda, Vitória de Santo Antão, Carpina, Caruaru, Garanhuns, Surubim, Serra Talhada, Petrolina, Salgueiro, Arcoverde, Petrolândia, Araripina e Ouricuri. Com essa entrega, que também está prevista no Plano de Segurança do Governo de Pernambuco, já são 60 novos veículos incorporados à frota dos Bombeiros em 2017.

Estudantes começam atividades no Judiciário

Possibilidade de desenvolver atividades práticas relacionadas à formação universitária, enriquecer o currículo e complementar a carga horária exigida para a conclusão do curso de graduação. Essas são as oportunidades que estudantes voluntários vinculados ao projeto “Desenvolvendo a Carreira – A Prática Profissional no Judiciário” podem adquirir. Até o momento, 50 estudantes voluntários iniciaram as atividades nas unidades judiciárias do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).

Oito Instituições de ensino superior já celebraram convênio com o TJPE. São elas: Faculdade Joaquim Nabuco (FJN); Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS); Faculdade de Comunicação, Tecnologia e Turismo de Olinda (Facottur); Autarquia Educacional do Araripe (Aeda), que inclui a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas de Araripina (Facisa), a Faculdade de Formação de Professores de Araripina (Fafopa) e a Faculdade de Ciências Agrárias de Araripina (Faciagra); Associação Caruaruense de Ensino Superior e Técnico (Asces); Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (Facape); Faculdade de Ciências Humanas e Exatas do Sertão do São Francisco (Facesf); e a Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Mais instituições estão em vias de finalização do convênio.

Aluna do sétimo período do curso de Direito da Faculdade Joaquim Nabuco, Drielly Karine Silva Correia foi a primeira estudante a iniciar as atividades no projeto. No dia 25 de abril, a jovem iniciou o voluntariado no 1° Juizado Cível e das Relações de Consumo da Comarca de Paulista. “Eu estou gostando bastante. Tem sido um tempo de grande aprendizado. Todos no Juizado são bem atenciosos, procuram explicar o porquê de cada coisa a ser feita. São diversas funções, como atender as demandas do público e visualizar a movimentação processual, o que permite vivenciar na prática os ensinamentos teóricos”, explica.

Para a estudante, a dificuldade de inserção no mercado de trabalho como estagiária tem sido algo recorrente diante de um cenário cada vez mais concorrido. “Eu ainda não consegui estágio, então, achei interessante ser voluntária do TJPE e, além disso, ter uma carga horária extra no meu currículo”, completa Drielly Karine.

O estudante Elton Franco Diniz da Cruz também está atuando no 1° Juizado Cível e das Relações de Consumo de Paulista. “Um dos pontos importantes do estágio é a qualificação. Quando você está ali voluntariamente, já indica que você quer aprender e conta muito para mim o fato de ser um diferencial para o nosso currículo com a expectativa de evoluir como profissional”, diz Elton Franco, igualmente graduando do sétimo período de Direito da Faculdade Joaquim Nabuco.

A chefe de secretaria do 1° Juizado Cível e das Relações de Consumo do Paulista, Maria da Conceição Moraes, é a supervisora dos estudantes voluntários no local. “Para a formação, é essencial essa troca de experiências e o exercício das diversas atividades, pois, fica mais fácil entender a teoria vivenciando ela no cotidiano”, ressalta.

A diretora adjunta da Diretoria de Gestão Funcional da Secretaria de Gestão de Pessoas (SGP), Ailma Cavalcanti, destaca o balanço positivo da vigência do projeto. “As instituições e os estudantes estão muito interessados nas oportunidades. Em pouco tempo, há grande adesão e a expectativa é de ampliá-la. Eles ressaltam a valorização da junção da teoria com a prática, elas se completam e precisam caminhar juntas”, reitera Ailma Cavalcanti.

Desenvolvendo a Carreira: a Prática Profissional no Judiciário – Voltado para a participação voluntária de estudantes no âmbito do Poder Judiciário de Pernambuco, o projeto é regido pela Instrução Normativa 25/2016 e pela Lei Federal 9.608/98, que é a Lei do Serviço Voluntário. É coordenado pela Gerência do Serviço Voluntário, setor vinculado à Diretoria de Gestão Funcional da SGP.

Podem participar estudantes do ensino superior, maiores de 18 anos, matriculados a partir do primeiro período nos seguintes cursos: Administração de Empresas, Biblioteconomia, Ciências Contábeis, Ciência da Computação, Direito, Economia, Educação Física, Engenharia, Enfermagem, Fisioterapia, Medicina, Pedagogia, Psicologia, Secretariado e Serviço Social. Ao término do período de exercício, o estudante receberá o certificado de participação contendo o local e a duração do voluntariado.

No auge da crise, Temer perde o quarto assessor especial

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Do Congresso em Foco

No auge da crise política, o presidente Michel Temer (PMDB) perdeu mais um assessor especial. O ex-deputado Sandro Mabel (PMDB-GO) entregou o cargo e a sala que ocupava no 3º andar do Palácio do Planalto, o mesmo onde fica o gabinete presidencial. Esse é o terceiro assessor especial que Temer perde em uma semana, e o quarto desde o final do ano passado.

Em carta ao presidente (leia a íntegra abaixo), Mabel alega que já havia pedido para sair em dezembro e que assumiu o compromisso com o peemedebista de continuar em Brasília por mais 120 dias em nome da amizade entre eles. O ex-deputado afirma que sai para resolver questões particulares. Ele é investigado na Justiça Federal em Goiás por suspeita de ter recebido R$ 100 mil da Odebrecht. Mabel afirma que os recursos foram doação oficial para sua campanha eleitoral.

Ontem o presidente exonerou outro assessor especial, Tadeu Filippelli (PMDB), ex-vice-governador do Distrito Federal preso na Operação Panatenaico, da Polícia Federal, que também prendeu os ex-governadores Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (PR). Eles são acusados de receber propina e participar de um esquema que, segundo os investigadores, superfaturou em R$ 900 milhões os custos das obras de reconstrução do Estádio Nacional Mané Garrincha para a Copa de 2014.

Assessor informal do presidente desde que assumiu como suplente uma vagana Câmara, o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) ficou sem espaço no Planalto na semana passada. O paranaense é acusado de ter recebido R$ 500 mil em propina para interceder no governo em favor do grupo JBS. Ele é o auxiliar designado pelo presidente, na conversa gravada por Joesley Batista, para tratar de assuntos de interesse do empresário.

Rocha Loures foi flagrado recebendo uma mala de dinheiro do lobista do grupo. Ele devolveu a mala anteontem, mas faltavam R$ 35 mil. Além de inquérito, o ex-assessor especial é alvo de pedido de prisão que será analisado pelo Supremo Tribunal Federal.

Em dezembro, o advogado José Yunes, amigo de mais de 40 anos de Temer, deixou a assessoria do presidente após afirmar que recebeu R$ 1 milhão em nome do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), repassados pelo doleiro Lúcio Funaro, preso na Lava Jato. Yunes alega que foi “mula” do ministro e que não sabia da transação. Padilha nega envolvimento com corrupção.

Parlamentares repercutem em plenário tensão dos atos contra Temer ao redor do Congresso

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Do Congresso em Foco

Um grupo de manifestantes entrou em guerra com a polícia, no início da tarde desta quarta-feira (24), durante o ato intitulado #OcupaBrasília, que pede a saída do presidente Michel Temer e a realização de eleições diretas. Os policiais criaram uma barreira para fazer revista em todos que se aproximam da Esplanada dos Ministérios. No entanto, enquanto alguns eram contidos pelas barreiras de contenção, que isola um perímetro do centro do poder, um grupo de mascarados partiu para cima da polícia com pedras e pedaços de madeira, dando início ao tumulto.

Resultado: a situação instalou clima de guerra no gramado da Esplanada dos Ministérios, a poucos metros do Congresso. Diante do furo ao bloqueio, a polícia reagiu com bomas de gás lacrimogênio, que estão sendo atiradas a todo momento para tentar dispersar os manifestantes.

Simultaneamente, parlamentares governistas tentam dar consecução à pauta legislativa, por orientação do Planalto, desde a última quarta-feira (17) imerso na mais grave crise política desde a posse de Temer – que, acusado de diversos crimes depois de se encontrar secretamente, no Palácio do Jaburu, com um dos delatores da Operação Lava Jato, perdeu diversos auxiliares próximos e é pressionado por oposicionistas e até membros da base a renunciar.

Relatos

Governistas tentam conter os danos da situação e, em nome das reformas pretendidas pelo governo (trabalhista e previdenciária, entre outras), dizem que é preciso dar continuidade ao trabalho, de maneira a tentar reverter a crise econômica. Paralelamente, parlamentares da oposição que foram aos protestos já, de volta aos respectivos plenários, fizeram relatos sobre o que viram e dizem acreditar que infiltrados provocaram a confusão, propositadamente, em meio à maioria pacífica.

“Espancamentos, um senhor na minha frente com a barriga aberta, em decorrência do confronto [com a PM]. Mulheres e homens sangrando!”, disse há pouco o senador Paulo Paim (PT-RS), um dos congressistas mais relacionados às pautas trabalhista e previdenciária. “Eu estava presente e eu nunca vi uma coisa desta. Um grupo de provocadores foi em cima da polícia, sem o comando da manifestação. O comando da manifestação indica que todos se afastem daquele local. Eles agridem até mesmo os manifestantes e vão em cima”, emendou a senadora Lídice da Mata (PSB-BA).

“Não pode continuar o Presidente da República nesta situação de fragilidade – cercado de, agora não mais, mas estava cercado de assessores comprometidos com a Justiça – governando o Brasil, o Brasil sangrando, o dólar subindo, a Bolsa caindo, o desemprego aumentando a níveis que nunca aconteceu nos últimos anos”, disse em plenário o senador Otto Alencar (PSD-BA), membro de um partido da base que, embora não tenha ido ao protesto, também pede a renúncia do presidente.

Na Câmara, membros da base defendem Temer, diante da declarações de que o governo está “podre”. “Eu queria dizer que o que está afundando não é o barco do governo. O que já afundou é o iate do complô. O iate do complô afundou, tanto que ontem tiveram que botar num navio e levar para Nova Iorque. Essa é a realidade. O governo segue forte, avançando no rumo que o Brasil precisa”, discursou Carlos Marun (PMDB-MS), um dos principais fiadores da política reformista de Temer no Congresso.

Vice-líder do governo na Câmara, Darcísio Perondi (PMDB-RS) criticou os procedimentos que, conduzidos pela Procuradoria-Geral da República, levaram à investigação formal de Temer no Supremo Tribunal Federal (STF), a partir da delação premiada feita pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS (uma das principais doadoras de campanha eleitoral, via caixa dois, propina ou doação formal). “O presidente Michel já está tomando medidas jurídicas. E nós, aqui, a trabalhar por um Brasil melhor, pelo desempregado, por aquele que tem medo de perder o emprego, pelo empresário que está desesperado e pela população, que está revoltada com a liberdade que foi dada a dois delinquentes. Aliás, um aplauso à impunidade”, discursou o peemedebista.

Já no Senado, até por volta das 16h os membros da base ainda não haviam se manifestado em plenário na defesa de Temer. Mas a senadora Ana Amélia (PP-RS), que também integra um partido da base, fez menção à “manifestação democrática, para protestar contra reformas que estão em andamento no Congressoe também sobre a situação política, fazendo a campanha ‘Fora Temer’”. “A democracia pressupõe exatamente essa convivência democrática e manifestações livres”, disse Ana Amélia, apelando ao Tribunal Superior Eleitoral que vote rapidamente o processo de cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer.
“Praça de guerra”

A confusão segue generalizada e os os manifestantes respondem com pedras em direção à polícia, usando banheiros químicos para se esconder da mira dos policiais. A Secretaria de Segurança Pública ainda não divulgou dados sobre feridos. Diante do cenário, diversos ministérios liberaram seus servidores.

Desde a ocupação do Congresso por um grupo de agentes penitenciários, no início do mês, a Câmara e o Senado instalaram grades em volta do Congresso. As grades permanecem aos arredores da Casa Legislativa, bem como em frente ao STF e também ao Palácio do Planalto.

Os organizadores estimam que 150 mil pessoas já ocupam os gramados da Esplanada. A Polícia Militar, que ainda não atualizou os dados, estima 25 mil manifestantes. Enquanto isso, milhares ainda partem do Estádio Mané Garrincha, a cerca de cinco quilômetros da Esplanada, rumo ao Congresso. Agentes penitenciários, policiais civis, federais e rodoviários federais também participam do ato.

Representantes de diversos movimentos sociais e sindicais protestam contra as reformas da Previdência e trabalhista e pedir a saída imediata do presidente Michel Temer (PMDB), investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção, obstrução da Justiça e organização criminosa.

Governo determina reforço de tropas federais para proteger Esplanada

Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil

A pedido do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o governo determinou que tropas federais protejam os prédios da Esplanada dos Ministérios.

Há pouco, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, informou, em breve pronunciamento, que tropas das Forças Armadas já estão posicionadas no Palácio do Planalto e no Itamaraty. Segundo o ministro, mais homens estão se deslocando para proteger os demais prédios da Esplanada, os ministérios e o Congresso Nacional.

De acordo com Jungmann, a medida foi necessária porque a marcha Ocupa Brasília, “prevista como pacífica, degringolou para a violência, desrespeito, ameaça às pessoas”.