Pedro Augusto
Há ainda quem duvide da influência das redes sociais na vida das pessoas, porém alguns casos costumam vir à tona para modificar esta opinião. Durante o último fim de semana, circulou pelos grupos de whatsapp, a informação de que um grupo de advogados estaria tentando fechar o 1º Batalhão Integrado Especializado, com sede em Caruaru, em repúdio a confusão envolvendo o advogado Sávio Delano e policiais militares, no último dia 5 de julho, durante uma tentativa de realização de assembléia do Sindicato dos Vigilantes de Pernambuco. Suposta intenção foi logo desmentida pela OAB de Caruaru, que justificou através de nota também pela rede, o objetivo de realizar apenas um ato de desagravo em repulsa aos “atos cometidos por alguns policiais do Biesp”.
Pois bem! Na manhã da última terça-feira (21), o entorno da sede do Biesp, no Bairro Caiucá, foi tomado por grupos de advogados e populares. Com carros de som às alturas e xingamentos a torto e a direita, em sua minoria, ambos acabaram trocando murros e empurrões, sendo contidos rapidamente por policiais da unidade. Divididos, agora, como num campo de batalha, as duas categorias trocaram ofensas verbais, sendo ridicularizadas tão logo alguém usava da palavra.
O servidor da Saúde, Williams Henrique, que estava em meio aos populares que questionavam o ato da classe de advogados, defendeu a suposta legimititude das críticas. “Só porque eles acham que são advogados, acreditam que podem fazer o que quiserem! Ou seja, um advogado desacatou um tenente da Polícia Militar em julho passado e na época acabou sendo preso, e agora eles vêm fazer manifestação criando confusão com o povo. Eles não são maiores do que a lei. Estamos aqui para defender a PM. Eles disseram que não querem o fim do Biesp, mas não foi o que vimos por aqui!”.
Do outro lado do “ringue”, ou melhor, da rua, em meio ao agrupamento de seus colegas de profissão, o presidente da OAB de Pernambuco, Ronnie Duarte, rechaçou o boato de tentativa de fechamento do batalhão. “Estamos aqui com o objetivo de demonstrar a irresignação de toda a advocacia da sociedade pernambucana, em razão da prisão arbitrária, ilegítima e violenta que foi interpretada por alguns policiais do Biesp contra um membro da nossa profissão. Pessoas de maneira leviana e irresponsável quiseram transmitir uma notícia, através da redes sociais, de que éramos contra o batalhão, mas isso não é verdade. Esse ato não foi contra a instituição tampouco contra valorosos profissionais que atuam por aqui, mas sim, em desfavor de alguns policiais que não usaram a farda que vestem”.
Ocupados em ter de manter a ordem no local, os policiais do Biesp não quiserem comentar a respeito da confusão.
Relembre o caso
A confusão, que resultou na prisão do advogado Sávio Delano, ocorreu numa tentativa de assembleia do Sindicato dos Vigilantes de Pernambuco, na tarde do dia 5, na Rua Benjamin Lorena, no centro de Caruaru. De acordo com informações repassadas pela Polícia Civil, durante o conflito, a PM entendeu que Sávio teria desacatado a corporação e o prendeu. Encaminhado até a Delegacia de Plantão, na ocasião, contra ele foi lavrado um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência). O advogado foi liberado logo em seguida.
Em nota, a OAB afirmou, na época, estar “adotando as medidas criminais cabíveis e entrará com uma representação na Corregedoria da Secretaria de Defesa Social para que os responsáveis por atos tão arbitrários, abusivos e violadores das prerrogativas da categoria sejam devida e exemplarmente punidos”.