Edital do Fundeci seleciona 27 projetos de inovação

O Banco do Nordeste divulga lista dos 27 projetos com foco em inovação selecionados em edital do Fundo de Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e de Inovação (Fundeci). A expectativa é que sejam investidos R$ 4,9 milhões em recursos não reembolsáveis. As propostas aprovadas passam agora por análise de aspectos técnicos, orçamentários e documentais. A lista completa está disponível em bnb.gov.br/aviso-etene-fundeci.

Das iniciativas selecionadas, uma é oriunda de Pernambuco e propõe a concepção de novos protótipos funcionais de alta fidelidade no modelo de sombreiro universal e tecnológico para ciclista adulto. O Fundeci tem como objetivo fomentar a pesquisa e a difusão de tecnologias direcionadas para atividades produtivas desenvolvidas na área de atuação do Banco do Nordeste (região Nordeste e norte dos estados de Espírito Santo e Minas Gerais).

Foram considerados como critérios de avaliação das propostas a compatibilidade de cronograma de atividades, clareza e adequação metodológica, grau de inovação, qualificação da equipe técnica, impactos esperados do projeto no mercado, potencial de escalabilidade do negócio, viabilidade econômico-financeira do produto, contribuição para geração de emprego e renda, impactos sociais e ambientais e relevância para os negócios do BNB.

Os coordenadores das propostas selecionadas devem participar de capacitação, com foco em gestão técnica e financeira de projetos, ministrada por técnicos do Banco do Nordeste e do Hub Inovação Nordeste (Hubine).

Quer ter uma aposentaria tranquila? Saiba como planejar seu futuro

Quando você pensa em aposentaria, qual é a primeira coisa que vem à sua mente? Muito provavelmente tranquilidade e qualidade de vida são algumas das principais palavras. Mas o caminho até a tão sonhada aposentadoria é cheio de incertezas, e para que dinheiro não seja uma delas, o planejamento financeiro é fundamental.

Até alguns anos atrás, as pessoas apostavam todas as fichas na previdência social, uma espécie de seguro fornecido pelo poder público a fim de garantir uma fonte de renda para os aposentados. Porém, projeções do IBGE apontam que 24,5% do total da população será idosa em 2042, e, na contramão, a “crise na previdência” aponta que não há certeza de que o benefício ainda estará disponível até lá. A conta não fecha e, com o susto, muitas pessoas perceberam que não fazem ideia do que fazer para ter grana na terceira idade sem contar com esse benefício do governo.

Se você é uma dessas pessoas que entrou em pânico, calma! Ainda existe luz no fim do túnel. “Muitas pessoas ficaram apavoradas com o rombo da previdência e, como medida de emergência, passaram a guardar dinheiro na poupança. Mas existem outras opções com melhor rentabilidade”, explica Fabio Macedo, diretor comercial da Easynvest.

Entre as alternativas disponíveis no mundo dos investimentos, aplicações de longo prazo são as mais acertadas para se planejar para a aposentaria, com opções desde Tesouro Direto – que, aliás, permite aplicações a partir de R$ 30 -, até fundos e títulos de maior risco e, consequentemente, maior rentabilidade. Como esse é um plano de longo prazo, é possível investir quantias que rendam até 360 meses (equivalente a 30 anos) em Tesouro Direto, até que seja necessário fazer a retirada. “Na hora de avaliar qual o melhor título, é preciso observar o comportamento do papel nos últimos anos, a taxa de juros, rendimento e quais são as opções de resgate do dinheiro de acordo com os possíveis descontos”, aponta Fabio.

Considerando, por exemplo, uma aplicação de R$ 100 mensais por 30 anos na poupança* e Tesouro Direto Prefixado* (para considerarmos uma opção conservadora), a pessoa teria rendimento de R$ 44.822,54 e R$ 108.579,70, respectivamente, além dos R$ 36.000 aplicados mensalmente.

A escolha do melhor investimento é uma decisão pessoal de cada um. É preciso levar em consideração o plano de vida, qual é a renda média mensal que gostaria de ter na aposentadoria, além de manter um dinheirinho de emergência para qualquer momento necessário. “Além de se sustentar, é preciso curtir, viajar, se divertir. Afinal, passamos a vida toda nos preocupando com tudo, inclusive dinheiro. Com algum planejamento financeiro, a aposentaria é o momento em que tudo deve ficar mais tranquilo”, complementa.

*Rendimentos considerados: 0,4% a.m. para poupança e 8,05% a.a. para Tesouro Direto Prefixado.

Espetáculo musical “A Noite de Barro” emociona público no Marco Zero de Caruaru

Uma visão lúdica da passagem da infância do Mestre Vitalino pontuou os atos do espetáculo “A Noite do Barro”, encenado na Praça do Marco Zero, em Caruaru. No total, 107 crianças e adolescentes atendidos pelo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) se revezaram no palco. A apresentação contou com números de balé intercalados com a encenação do personagem principal, o menino Vitalino, que, ao moldar o barro durante o espetáculo, criava seu próprio presépio. Ao final, a pequena escultura da sagrada família foi personificada por um casal de atores trajados de Maria e José, trazendo a referência para o público da arte criada pelo escultor e ceramista caruaruense mundialmente conhecido: Mestre Vitalino.

“Eu me emociono, porque fico muito orgulhosa da minha filha, e fico até sem palavras. Ela ama esse balé, e tudo o que ela faz é com garra e força, e eu fico muito feliz. Muitas dessas meninas estão realizando o sonho delas e o apoio da prefeitura é muito importante para fazer esse sonho se tornar realidade”, declarou, emocionada, Juliana da Silva, mãe da bailarina Jenifer Mikaela da Silva. “Foi bom chegar até aqui depois de muitos ensaios. Me apresentar com uma coreografia que a gente trabalhou durante seis meses me deixou muito ansiosa, mas ao final, foi uma emoção muito boa”, pontuou a pequena Jenifer.

O espetáculo foi a culminância das atividades desempenhadas durante todo o ano pelo SCFV de Caruaru. Em um discurso caloroso e muito aplaudido pelo público, a secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SDSDH), Perpétua Dantas, citou todo o esforço dos profissionais e elenco envolvidos, e também das famílias das bailarinas, como incentivadoras e parte integrante da grande equipe responsável pelo sucesso da apresentação. “Arte é uma coisa que o nosso país ainda precisa, pois nosso povo é ainda muito carente nesse sentido. Em Caruaru nós temos mais de 30 oficineiros que são professores de arte e mais de 40 pontos do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos levando arte e cultura para as comunidades”, destacou Perpétua.

O espetáculo contou com o apoio logístico de 20 profissionais e um elenco formado pelas bailarinas participantes dos Centros de Convivência e Fortalecimento de Vínculos Ir. Werburga, Fernando Lyra e Salgado. A direção foi de Rodrigo Martins e preparação de elenco de Jackson Freire. As coreografias foram criadas pelos oficineiros Hugo da Silva e Bruna Rafaela e os figurinos, por Meirielle Nilo e Margarida Dantas. A Prefeitura de Caruaru esteve à frente da realização, através da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, que contou com apoio da Fundação de Cultura e Turismo do município.

Qualifica Caruaru forma turma de Ceia Natalina

O Qualifica Caruaru formou mais uma turma na sexta-feira (21). Dessa vez, foi oferecido o Curso Especial de Ceia Natalina, com duração de 30 horas/aulas, onde onze participantes aprenderam a fazer desde a ave natalina até o panetone. Além do diploma, os alunos receberam um kit de iniciação profissional contendo os ingredientes básicos para se preparar uma ceia completa, de acordo com o que foi aprendido na capacitação, contendo desde ave natalina até os insumos para o preparo dos acompanhamentos e sobremesa. A celebração foi com uma refeição completa preparada pelos próprios alunos.

As aulas foram realizadas na estrutura do Cras Centenário e atendeu os moradores das comunidades que fazem parte da área de cobertura da unidade. As culinaristas Fabiana Colaço e Edjane Veríssimo ensinaram todas as técnicas para se preparar uma ceia de Natal. Os alunos aprenderam a produzir, na prática, ave natalina, salada tropical, arroz à grega, arroz de festa, arroz de forno de camarão, farofa de miúdos, panetones tradicional, doce trufado e salgado, lasanha de frango, salpicão, suflê de bacalhau, sobrecoxa ao molho de laranja, filé ao molho madeira, pão trançado natalino, pavês, bolo decorado, entre outros.

Esta capacitação, em especial, foi promovida pela Prefeitura de Caruaru, através da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, mas o programa foi construído e conta com a participação de outras secretarias também: Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Economia Criativa (SEDEEC), Secretaria de Educação (SEDUC), Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM) e Secretaria de Sustentabilidade e Desenvolvimento Rural (SUDER).

“O Qualifica Caruaru busca atender a população caruaruense, especialmente a que se encontra em situação de vulnerabilidade e está em busca de colocação e recolocação profissional no mercado de trabalho. O objetivo é tornar Caruaru um município mais inclusivo, escolarizado e competitivo”, destacou a secretária da SDSDH, Perpétua Dantas.

PGE-PE abre seleção para estudantes de Direito

A Procuradoria Geral do Estado de Pernambuco (PGE-PE) abriu inscrições para a 3ª seleção simplificada de estágio em Direito para alunos egressos da rede pública estadual. Os interessados têm até o dia 20 de janeiro para preencherem formulário no portal da PGE e concorrerem a uma das 12 vagas disponíveis nesta edição.

Podem se inscrever alunos que estejam cursando Direito a partir do 4º período ou 3º ano, para o regime seriado, e que tenham concluído o ensino médio na rede pública estadual de ensino de Pernambuco. Os candidatos serão avaliados com provas de conhecimento, com questões de múltipla escolha de Direito Constitucional, Direito Processual Civil, Direito Tributário, Direito Administrativo, Direito Civil e de Direito do Trabalho, conforme o edital.

Os selecionados serão integrados ao programa de estágio, coordenado pelo Centro de Estudos Jurídicos da PGE-PE, por um período inicial de 12 meses, podendo ser prorrogado por mais um ano. Os estagiários cumprirão jornada de 20 horas semanais e receberão bolsa de R$ 840,00 mais auxílio transporte.

Folhape

Adriano nega aposentadoria e cogita voltar em time do Brasil

Adriano avisou que ainda não colocou um ponto final em sua carreira como jogador de futebol. Durante entrevista à DAZN, na Itália, o Imperador ficou com os olhos marejados em alguns momentos e deixou claro que só voltaria aos gramados se fosse para atuar no Brasil.

“Estou feliz com os amigos e minha família no Rio de Janeiro. Vivendo uma vida normal… Não me aposentei, só decidi dar uma pausa. Se surgir a oportunidade de voltar, eu voltarei, mas só no Brasil. Não consigo ficar longe da família, tenho três filhos. Voltaria a jogar no Brasil”, afirmou.

Em agosto de 2018, a diretoria do Corinthians teve de vir a público para negar um suposto interesse por Adriano, que havia visitado o camarote de Andrés Sanchez, presidente corintiano e seu amigo.

Na última quinta-feira (20), o UOL Esporte publicou que o Imperador assinou contrato e autorizou a produção de um documentário sobre sua vida, além de um filme baseado em fatos. As produções não têm data de lançamento, mas a previsão é de 2020.

Embora diga que só voltaria a jogar no futebol brasileiro, Adriano não escondeu sua admiração por Mauro Icardi, da Internazionale de Milão, e deu a entender que gostaria muito de atuar ao lado do argentino no ataque.

“Icardi é um grande jogador e ainda é muito jovem. Eu e ele teríamos feito uma parceria incrível dentro de campo”, comentou o veterano. Curiosamente, Icardi já disse que se tornou torcedor da Inter por causa de Adriano.

Folhapress

Quase 300 policiais rodoviários deixam o Rio com fim da Operação Égide

Duzentos e oitenta policiais rodoviários federais deixarão o Rio de Janeiro na semana que vem devido ao fim da Operação Égide, marcada para a próxima segunda-feira (31). A operação, que começou em julho de 2017, trouxe o reforço de agentes de outros estados para aumentar o patrulhamento e reduzir o roubo de carga nas rodovias federais que cortam o estado.

De acordo com o inspetor José Hélio, assessor de comunicação da Polícia Rodoviária Federal, com o retorno dos agentes de outros estados, o Rio de Janeiro voltará a contar apenas com seu próprio efetivo, de 830 policiais, que é 25% menor do que o contingente total da Operação Égide (1.110 agentes).

“Com certeza isso vai impactar no nosso trabalho, porque nosso policiamento é ostensivo, então quanto maior o número de agentes, melhor o trabalho, principalmente quando se fala de Rio de Janeiro, onde a gente enfrenta uma situação de violência totalmente diferenciada de outros estados. Aqui a gente tem a utilização de fuzis, são bandidos que trafegam em ‘bondes’, em grande quantidade de marginais, então há sempre um enfrentamento”, disse.

De acordo com o inspetor, mesmo com o reforço de 280 homens, ainda não se tinha um efetivo adequado para patrulhar todas as rodovias do Rio. “Com a saída deles, vai ter possivelmente um aumento no índice da violência nas rodovias federais aqui do Rio. Como está num período de transição de governo, a gente não tem nada definido em relação à continuidade disso. O que está certo é que vai acabar esse reforço aqui e esses policiais voltam para os seus locais de origem”.

Agência Brasil

Prazo para justificar ausência no 2° turno termina nesta quinta-feira

O prazo para justificar a ausência no segundo turno das eleições gerais de 2018, dia 28 de outubro, termina nesta quinta-feira (27). Os eleitores que não votaram no segundo turno precisam regularizar a situação, sob pena de impedimento de fazer matrícula em universidades, tirar o passaporte, tomar posse em cargo público e receber o salário, no caso dos servidores.

Segundo o Tribunal Superior Eleieotral (TSE), o não comparecimento injustificado no dia da eleição é irregularidade punível com multa. Pela Constituição, os brasileiros com idade entre 18 anos e 70 anos são obrigados a votar. Após três ausências consecutivas não justificadas, o título de eleitor é cancelado.

Não precisam justificar a ausência os eleitores cujo voto é facultativo (analfabetos, os com 16 anos a 18 anos e os maiores de 70 anos), além dos portadores de deficiência física ou mental que torne impossível ou demasiadamente oneroso o cumprimento das obrigações eleitorais. A justificativa pode ser feita diretamente nos cartórios eleitorais ou pela internet.

Formulário
No primeiro caso, é necessário preencher o formulário disponível no cartórios eleitorais, nos postos de atendimento ao eleitor e nas páginas da Justiça Eleitoral na internet. O documento deverá ser entregue no cartório eleitoral ou enviado por via postal ao juiz da zona eleitoral na qual o eleitor é inscrito. É preciso anexar comprovante do motivo da ausência.

Pela internet, a justificativa é feita no Sistema Justifica. O eleitor deverá preencher o formulário online, informando seus dados pessoais e o motivo da ausência, bem como anexar o comprovante do impedimento para votar. Se a justificativa for aceita, o eleitor será avisado da decisão.

O brasileiro residente no exterior que não votou também precisa justificar o não comparecimento às urnas. Ao requerimento de justificativa eleitoral devem ser juntadas cópias do documento oficial brasileiro de identidade e do comprovante dos motivos alegados para justificar a ausência. A documentação deve ser enviada ao juiz da Zona Eleitoral do Exterior ou entregue nas missões diplomáticas ou encaminhada pelo Sistema Justifica.

Agência Brasil

Contas de começo de ano podem até triplicar os gastos do mês de janeiro

IPTU, IPVA, matrícula escolar… Apesar de ser sempre igual, as contas de começo de ano tendem a tirar o sono de muita gente. Na prática, essas despesas sazonais podem até triplicar os gastos das famílias e, por isso, especialistas solicitam cautela e organização na hora de pagar os boletos. A recomendação é evitar entrar em janeiro numa ciranda de dívida que pode colocar a perder a organização financeira para todo o ano.

Um levantamento da ONG Bem Gasto realizado a pedido do jornal O Estado de S. Paulo com cinco famílias de diferentes perfis sociais, todas da Grande São Paulo, mostra o peso do começo do ano no bolso do brasileiro. Curiosamente, o único entrevistado que não prevê estourar o orçamento de janeiro, um casal na faixa dos 35 anos, tem justamente o menor poder aquisitivo da amostragem.

Com renda mensal de R$ 6 mil, eles vão gastar R$ 4.150 em janeiro e guardar o restante para despesas futuras com o filho, que nascerá até abril. O segredo para isso, segundo Francisca Quitéria da Silva Rodrigues, é reduzir o consumo, anotar todas as despesas e sempre reservar algum dinheiro para investimentos.

“Eu era mais ‘gastona’. Mas tive problemas com cartão de crédito e cortamos tudo. Antes, a gente saia pelo menos seis vezes por mês para comer fora, agora são duas vezes, no máximo três”, diz Francisca, que trabalha com comunicação em Paraisópolis.

“Não é quanto ganha, mas quanto gasta. A regra da organização financeira é anotar tudo e se preparar para o começo do ano”, afirma o planejador financeiro pela Planejar Daniel Varajão. “Muita gente usa o décimo salário como uma verba extra para cobrir os gastos de janeiro e dezembro. Quando, na verdade, ele deveria ser usado para investimento.”

Segundo os especialistas, o melhor a fazer é aproveitar os dias de folga propiciados pelas festas para preparar um raio X de todas as despesas que costumam ser pagas no começo de cada ano.

Uma dica é recuperar as faturas de cartão de festas passadas e extratos bancários antigos para uma comparação, para compreender o impacto desses gastos no orçamento.

“O maior vilão de desequilíbrio financeiro desse período é o cartão de crédito. É preciso muito atenção”, afirma o coordenador do Programa de Apoio aos Superendividados do Procon-SP, Diógenes Donizete. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Alto número de oficiais no primeiro escalão significa militarização do governo?

Jair Bolsonaro (PSL) mandou um recado à classe política, rebaixada a cargos secundários, escolhendo a dedo um batalhão de militares para bater continência nos ministérios do próximo governo. Quase um terço das 22 pastas do presidente eleito serão ocupadas por integrantes das Forças Armadas. O governo Bolsonaro terá mais ministros com formação militar no primeiro escalão do que o governo do general Castelo Branco (1964-1967), que inaugurou o ciclo de poder após o golpe de 1964.

O que torna o primeiro escalão de Bolsonaro diferente do dos demais presidentes militares e de parte dos civis, após a redemocratização, é a redução dos ministérios propriamente militares desde 1999. A antiga Casa Militar e o Serviço Nacional de Informações (SNI) foram extintos. No lugar deles, nasceu o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Depois, os ministérios do Exército, da Marinha e da Aeronáutica foram fundidos no Ministério da Defesa, que incorporou, ainda, o Estado-Maior das Forças Armadas (Emfa). Se a configuração do passado tivesse sido mantida até os dias atuais, o governo Bolsonaro chegaria a 11 ministros militares.

Especialistas ouvidos pelo Correio avaliam que a opção por militares pode ser explicada por duas razões: a primeira é que as indicações refletem o gosto pessoal do futuro chefe do Executivo, demonstrando parte do universo em que ele vive. A segunda foi o recado à classe política, tratada com desdém por Bolsonaro, que vive criticando as negociações de cargos (o famoso “toma lá dá cá”), a corrupção e a “desordem”. Para eles, isso não significa necessariamente um risco de autoritarismo, mas pode indicar dificuldade nas articulações — já que os militares são mais acostumados à ordem que à barganha. Abre-se, então, uma lacuna a ser preenchida pelo próprio presidente, que terá que intervir em decisões desconciliadas.

“Não há que se comparar militarismo com um governo cheio de militares. O tempo é outro, as questões são outras, e Bolsonaro foi eleito pelo voto direto. Isso o distingue do ciclo militar entre Castelo Branco e Figueiredo. Bolsonaro não foi eleito por ser um capitão do Exército. Foi eleito, sobretudo, pelo antipetismo”, afirma o professor de história política e contemporânea da Universidade de Brasília (UnB), Antônio José Barbosa.

Para ele, não se pode falar que é um governo militar, por mais ministros militares que se tenha. “Boa parte dos convocados receberam o convite por sua capacidade técnica. O de Minas e Energia (almirante Bento Costa Lima Leite), que veio da Marinha, é altamente qualificado nesse setor. O astronauta (Marcos Pontes, futuro ministro da Ciência e Tecnologia), também, na área dele”, explica.

Oficiais
Para Barbosa, o grande número de militares na Esplanada não significa ministérios conservadores. “A sociedade brasileira é conservadora. O próprio presidente também é. Mas não acho que isso foi pré-requisito para definir os ministérios. Foram escolhidas pessoas com excelência técnica em suas áreas de atuação. Acredito que eles farão as melhores opções. Isso, se estivermos baseados apenas em suas carreiras e em seus conhecimentos. Não há que se falar mais em militarismo, nos anos de chumbo. O que veremos aqui, agora, nunca vimos anteriormente”, detalha.

Bolsonaro é o terceiro presidente eleito por voto direto a vir das Forças Armadas. O primeiro foi Hermes da Fonseca, em 1910, tendo dois militares entre seus sete ministros, e Eurico Gaspar Dutra, que, em 1946, colocou quatro entre seus 10 ministros. Como em outros governos comandados por oficiais do Exército, foi indicado um número expressivo de militares para vagas ligadas à infraestrutura.

O tema que tem tirado o sono da equipe de transição é a forma de diálogo do próximo governo. Principalmente no que diz respeito ao Executivo e ao Legislativo. O professor Joselito Guedes, da Universidade Estadual de Goiás (UEG), acredita, no entanto, que o Congresso mais diversificado e quase sem caciques — políticos profissionais como Eunício Oliveira (MDB-CE), presidente do Senado, e Romero Jucá (MDB-RR), por exemplo não se reelegeram após décadas no poder — abrirá espaço para conversas.

“Acho que essa variedade de pessoas novas, gente de tribos diferentes e com ideais pouco explorados no centro do Legislativo, pode acabar casando melhor com as ideias do novo governo. Talvez o primeiro escalão do Executivo deixe a desejar nas negociações, mas, se o presidente eleito souber conduzir temas mais arenosos, terá os resultados que busca. Os militares podem ter dificuldade em negociar, mas são muito bons em organização”, detalha Joselito.

Prestígio
Nos bastidores das Forças Armadas, é consenso que Bolsonaro surfou no prestígio que os militares conquistaram para se eleger. “Houve uma transferência de votos para Bolsonaro, mas não queremos a responsabilidade de estar junto”, garante um militar da Marinha. Segundo ele, a Força quer exercer seu papel constitucional, “sem interesse, estratégia ou projeto de assumir uma gestão” no governo federal. “Existem oficiais da reserva, que, como cidadãos, participarão do governo. Se alguém da ativa for escolhido, pode pedir licença por dois anos. Se passar disso, é transferido automaticamente para a reserva”, explica.

Para Arthur Trindade, ex-secretário de segurança do Distrito Federal e ex-militar, é necessário entender as Forças Armadas como corporação, instituição e grupo social. “São coisas distintas. Como grupo social, os militares vão ocupar muitos cargos porque é um governo vazio. Não é culpa do Bolsonaro. Os partidos não têm quadros para mobiliar uma máquina”, ressalta. Nesse aspecto, Trindade diz que a expertise militar pode contribuir muito para pastas na área de infraestrutura. “Agora, vai causar mal-estar, porque não tem vaga para todo mundo. Isso pode gerar atrito interno”, diz.

Enquanto instituição, ressalta o especialista, o Exército conquistou um prestígio social a que não se assistia desde a década de 1970. “Isso está preocupando os militares, mas eles deixaram o Bolsonaro colar demais. A instituição pode estar sendo posta em risco, porque tudo de ruim que ocorrer pode ir para a conta dos militares”, analisa.

Apesar disso, Trindade avalia que os integrantes das forças não foram enfáticos em cobrar um maior distanciamento de Bolsonaro e do governo. “Serão cinco generais no governo. Daqui a um ano, vai ter mais de 200 militares e vai ficar cada vez mais difícil desvincular a instituição. Ainda no quesito institucional, o maior drama é quem ocupará o cargo de comandante do Exército com o general Augusto Heleno como ministro da Defesa e homem mais poderoso da República?”

Nas redes: “Menos interferência do Estado”
O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), vai fazer um pente fino e pôr fim a regulamentações “arrecadatórias”. Na avaliação do pesselista, há “inúmeras regulamentações” em todos os setores que “só servem para arrecadação e entraves de desenvolvimento sem nenhum retorno prático ao cidadão”. O político usou o Twitter para as manifestações.

“Irão ser revogadas rapidamente em meu governo. Menos interferência do Estado significa melhores condições de vida ao brasileiro”, declarou em uma rede social. Embora não tenha feito menção diretamente ao meio ambiente, Bolsonaro já criticou em outras ocasiões regulamentações no setor, que “asfixia” do agronegócio.

Também na rede social, o futuro chefe do Executivo federal desejou um feliz Natal e declarou que buscará restaurar nos próximos anos o “sentimento familiar há muito desgastado” na sociedade.