2ª Bienal do Barro traz arte contemporânea

Wagner Gil

Desde o último dia 17, o Espaço Cultural Tancredo Neves recebe a 2ª Bienal do Barro. A mostra, que é idealizada pelo artista Carlos Mélo, tem como tema ‘Nem tudo o que se molda é barro’ e acontece no Galpão da Fábrica Caroá. Neste ano, o abstrato e o contemporâneo caminham juntos nas exposição, fazendo o público pensar e refletir para entender cada obra.

O evento reúne 16 artistas de todo o Brasil, convidados pela curadoria de Márcio Harum. O estranho é que, apesar do grande universo de artistas que atuam e trabalham com o barro, o Alto do Moura não tem praticamente nenhum representante na exposição. A realização é da Jaraguá Produções, através do Funcultura e do Sesc, e o apoio é da Prefeitura de Caruaru.

A bienal, que teve sua primeira edição em 2014, gera um potente campo de condições para o resgate do barro, como símbolo cultural da região. “O intuito é gerar novas plataformas de produção artística, em uma região como o Agreste pernambucano, até então, fora do circuito da arte, cuja tradição e a produção de sentido se constituem através do barro e que vem sofrendo com a falta de políticas culturais, incentivo e fomento de outras linhas de ação para a preservação do patrimônio cultural”, reitera Carlos Mélo.

O curador da bienal, Márcio Harum, destacou que a intenção é perpetuar o evento pelos próximos anos para que a discussão sobre a produção artística do Agreste não se acabe. Ele, que é coordenador do programa educativo no Centro Cultural Banco do Brasil (São Paulo), selecionou 16 artistas que utilizaram o barro como suporte artístico para ecoar a arte contemporânea em várias plataformas (performances, intervenções artísticas e espaciais, esculturas, objetos, vídeos e arte sonora). “O visitante fará um mergulho em espaços históricos, como o pavilhão da Fábrica Caroá, um galpão da década de 1930 que já foi uma grande potência econômica para a cidade”, observou.

A mostra conta com instalações e performances de Alan Adi (Aracaju – SE), Amanda Melo da Mota (Recife – PE), Aline Motta (São Paulo – SP), Flávia Pinheiro (Recife – PE), Isabela Stampanoni (Recife – PE), Jared Domício (Fortaleza – CE), Júlio Leite (Campina Grande – PB), Sallisa Rosa (Goiânia – GO), Zé Carlos Garcia (Aracaju – SE), entre outros.

PROGRAMA EDUCATIVO

Outro destaque da 2ª Bienal do Barro é o Programa Educativo, que acontece também no Galpão da Fábrica Caroá. Coordenado pelos educadores Lucia Padilha e Hassan Santos, a ação promove rodas de conversas semanais, tour com mediadores culturais e entrega de kits educacionais para estudantes.

Para o presidente da Fundação de Cultura e Turismo, Rubens Júnior, a bienal tem o apoio da prefeitura pela importância do evento e a visibilidade que traz para a cidade no mundo cultural. “São artistas de outros estados que trouxeram a arte contemporânea através do barro. A inclusão de alunos da rede pública fortalece o trabalho da educação municipal”, disse Rubens.

A ideia é que milhares de alunos da rede municipal possam ter acesso à exposição e também às palestras. “É um evento importantíssimo e que dá acesso ao mundo da arte contemporânea e abstrata. Estamos muito felizes com a bienal e a inclusão dos alunos da nossa rede municipal”, destacou a prefeita Raquel Lyra.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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