Um dado que esclarece a má avaliação do momento atual é que quase metade dos consumidores afirmam que entre os residentes de sua casa há pelo menos um desempregado (47%) e um terço dos que estão trabalhando têm receio alto ou médio de ser demitido (34%). O que mais tem incomodado na vida financeira familiar é o custo de vida, citado por 51%, seguido do desemprego (19%). Indagados sobre onde mais sentem o aumento dos preços, as contas de água e luz despontam na liderança, com 89% de citações. Nos supermercados, esse percentual foi de 87%, ao passo que nos combustíveis foi de 86%.
Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, embora o país tenha superado a recessão técnica, o consumidor brasileiro ainda sente os reflexos da crise e tem ficado mais cauteloso diante do processo eleitoral em curso. “Toda eleição traz incertezas, ainda mais em uma campanha marcada pelo imponderável como a atual. Ainda há muitas dúvidas sobre como os candidatos pretendem lidar com as reformas que o país precisa. Enquanto a recuperação econômica não se traduzir em queda do desemprego e crescimento real da renda, não haverá uma percepção de melhora do bem-estar. A economia está se recuperando de forma gradual, mas enfrentou percalços ao longo do ano para esboçar uma reação mais vigorosa que justificasse uma retomada da confiança e um final de ano menos pessimista”, explica a economista.