Ampliar os recursos destinados às ações de educação e responsabilidade socioambiental foi uma das diretrizes apontadas no I Seminário de Educação e Responsabilidade Socioambiental das Empresas de Saneamento, que encerrou ontem (7), no Recife. O evento reuniu 180 representantes de 15 companhias de saneamento brasileiras, um sinal de que o tema já é valorizado e encarado como fundamental para o sucesso dos investimentos e atividades do setor. Para se prestar bons serviços de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto, é fundamental que os trabalhos estejam alinhados com essas questões. Essa e outras propostas foram registradas numa minuta da Carta de Compromisso que materializa as intenções das companhias de saneamento para a inclusão de ações sociais e da educação ambiental dentro das estratégias corporativas.
A carta também prevê a criação de uma Câmara Técnica específica para esse fim junto à Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe) e à Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), instituições que apoiaram o evento. “Esse texto foi concebido dentro de uma lógica de governança e transparência. No saneamento precisamos pensar todo o processo de forma integrada, desde o projeto até como nos relacionamos com o cliente. É preciso comunicação e diálogo para envolvermos as pessoas e encontramos multiplicadores que nos ajudem a defender a causa do saneamento”, avaliou o presidente da Aesbe e da Compesa, Roberto Tavares. “O evento foi pioneiro e colocou um novo paradigma para as dimensões da ação social e educação ambiental dentro das companhias. Fortalecemos esses espaços de articulação inclusive na perspectiva de buscar mais investimentos para essas áreas”, acrescenta o diretor de Articulação e Meio Ambiente da Compesa, Aldo Santos.
Ao término do evento, houve o plantio simbólico de mudas no Centro Administrativo Governador Eduardo Campos, com a participação de Roberto Tavares, Aldo Santos, Glauco Requião, que é diretor de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, e Clécio Falcão, presidente da Companhia de Saneamento de Alagoas. A realização do evento está em sintonia com a política ambiental do Governo Paulo Câmara que, inclusive, autorizou a ampliação do Parque de Dois Irmãos, no Recife, nesta semana. A segunda edição do seminário também já foi definida, acontecerá daqui a dois anos, em Curitiba, no Paraná, e será coordenada pela Sanepar. “O saneamento passa por um cenário de incertezas, mas estamos no caminho certo ao nos reunir para tratar das questões de responsabilidade socioambiental e compartilhar nossas experiências. As empresas que encararam esse tema, tanto no planejamento como na estruturação, ficaram mais fortes. O que foi debatido aqui vai pautar as próximas ações das companhias”, acredita Glauco Requião.
O seminário iniciou na última terça-feira (5), no Centro Administrativo Governador Eduardo Campos, com uma palestra do jornalista Ricardo Voltolini, diretor-presidente da consultoria Ideia Sustentável, que abordou os valores da sustentabilidade nas empresas. Ontem (6), a socióloga Andréa Santini, pesquisadora da Diretoria de Avaliação da Conformidade do Inmetro, apresentou o Programa Brasileiro de Certificação de Responsabilidade Social e como essas práticas podem agregar valor e vantagens para as empresas. Mobilização social foi o tema da palestra feita pelo ambientalista, educador popular, dramaturgo, cordelista e engenheiro Rodolfo Cascão, que coordena o Grupo Parangolé Arte Mobilização. A programação ainda teve a participação do superintendente da Sabesp e presidente da Abes, Roberval Tavares, que compartilhou dois cases de soluções de saneamento – abastecimento de água e esgotamento sanitário – executados em áreas de alta vulnerabilidade social na Região Metropolitana de São Paulo.