50% dos brasileiros preferem fazer compras utilizando táxi ou transporte por aplicativo

A concorrência gerada pela entrada das novas plataformas de transporte por aplicativo no mercado está mudando o padrão de exigência do consumidor brasileiro, cada vez mais ávido por alternativas que economizem tempo e dinheiro, sem abrir mão de qualidade e comodidade. Uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) buscou compreender relação dos brasileiros na hora de optar por serviços de transporte particulares pagos e mostra que metade dos entrevistados (50%) afirmaram que preferem fazer compras utilizando serviços de transporte privados como táxi ou transporte por aplicativo, como Uber e Cabify, por serem mais baratos do que outras alternativas disponíveis.

Em uma comparação levando em conta somente os táxis e as plataformas de transporte por aplicativo, o levantamento revela que mais da metade dos brasileiros (65%), principalmente aqueles entre 18 e 34 anos (77%), concordam que passaram a usar mais os transportes por aplicativo no lugar dos táxis em função do preço oferecido. Já 58% citaram também a qualidade superior do serviço.

O estudo também mapeou quais os meios de transporte mais utilizados para fazer compras. Na opinião dos brasileiros entrevistados, ir às compras utilizando os serviços particulares de transporte é preferível por ser mais cômodo (55%), principalmente para os jovens entre 18 e 34 anos (64%), e também por ser de fácil acesso (55%), com maior frequência entre consumidores de 18 a 34 anos (63%).

As novas plataformas por aplicativo levaram vantagem em comparação com os táxis em muitas categorias pesquisadas. De acordo com os entrevistados, se locomover utilizando serviços de transporte por aplicativos é mais usual do que pedir um taxi principalmente para realizar atividades de lazer como ir a bares, restaurantes, cinema, festas e parques (18% das citações frente a 6% dos táxis), fazer compras longe de casa (10% das citações, frente a 6% dos táxis) e ir ao médico/dentista (6% das citações, frente 3% dos táxis).

“Refletindo uma sociedade cada vez mais conectada e em rede, a entrada da tecnologia da informação aliada aos serviços de transporte particulares possibilitou pela primeira vez a aproximação direta entre motoristas e passageiros”, analisa o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro.

Considerando tanto as novas plataformas de transporte por aplicativos, como as plataformas de táxis, como 99 Táxi e Easy Taxi, atualmente é possível chamar um carro, acompanhar o itinerário da corrida em tempo real e também avaliar a qualidade do serviço prestado. “Conforme mostram os dados, essa mudança de paradigma vem alterando a maneira com que os brasileiros se deslocam e consomem, principalmente os mais jovens, naturalmente mais adeptos a esse tipo de inovação”, afirma o presidente.

Para Pellizzaro, se tratando das leis de mercado, a demanda reprimida por transporte de qualidade do brasileiro foi atendida pelos serviços de transportes particulares, levando em consideração aqueles que podem pagar por este tipo de serviço. “Para que a equação da mobilidade urbana seja estendida a todos e garanta atributos como eficiência, segurança e consciência ecológica, ainda é preciso políticas públicas e investimentos concretos que incentivem o transporte coletivo de qualidade, a integração de modais e o melhor planejamento da ocupação do espaço público”, explica.

Metodologia

A pesquisa foi realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com o IBOPE e ouviu 1.500 consumidores em todas as capitais. A margem de erro é de no máximo 2,5 pontos percentuais para um intervalo de confiança de 95%.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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