Por André Romero
A Páscoa é um desses eventos que sacodem o mercado. São inúmeras contratações para vagas temporárias, que vão da indústria ao comércio por todo o país. No comércio, ações promocionais aumentam as vendas, mostrando que os investimentos não são só no chão de fábrica. Quando falamos de um país que se recupera de uma crise econômica severa, a melhora e otimismo são motivo de comemoração,.
A maioria das empresas que produz alimentos para a data já começou a se mobilizar desde outubro do ano passado. A montagem de ovos, bombons e outras guloseimas não pode esperar o ano começar. E não falamos apenas do segmento de chocolates. A indústria de peixes tem grande movimento também. Os mais de 172,2 milhões de católicos do país costumam consumir carne branca na época.
Em fevereiro, começam as contratações mais focadas nas redes de comércio. Estoquistas, repositores, promotores, gerentes, são inúmeros cargos chamados para lidar com um potencial aumento de 10%, em comparação a 2017, na arrecadação de Páscoa. As vendas vinham piorando nos últimos anos, mas 2018 se mostra otimista, sobretudo pela desaceleração da crise. A Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) é quem traz os números.
A variedade deve focar em bolsos de tamanhos diferentes. Já são 130 novos produtos lançados, 10 a mais do que no ano passado, mas ainda menor do que em 2016 (147). No ano passado, foram produzidas 9 mil toneladas de chocolate para o período, algo em torno de 36 milhões de ovos. No ano anterior, o número foi de 14,3 mil tonelada, e em 2015, 19,7 mil toneladas. Os números vêm decrescendo nos últimos anos e só teremos certeza da recuperação de 2018 no final da época de vendas. Por enquanto, trata-se apenas de um potencial de melhora.
Muito dessa percepção vem do que diz respeito às contratações. Ainda são valores menores do que dos anos anteriores, mas a queda foi bem menor. São 23 mil vagas de trabalho temporário estimadas, de outubro de 2017 a março deste ano. Em 2017 e 2016, foram abertas 25 e 29 mil vagas, respectivamente. A queda na quantidade ocorreu, mas foi bem menor.
Essa é uma época que movimenta a economia, que gera empregos, que demanda ações criativas do varejo. É uma época onde o país começa a se movimentar a todo vapor. É um período que dita crescimento, já que é chave para, inclusive, ditar tendências de investimentos e ações, sobretudo de comércio para o resto do ano. Há uma grande colaboração entre RH e varejo nesse período, e quem ganha é o país.
Que 2018 trará bons números, não tenho a menor dúvida. Devemos ter a Páscoa da recuperação. Pode ser um pensamento otimista, mas não é um pensamento baseado em especulação, e sim em observação de potenciais mercados que alavancam a economia. A nós, resta torcer e trabalhar pela volta dos bons ventos.