Apesar de o cartão de crédito ser a modalidade de crédito mais utilizada pelo consumidor, o crediário ainda é adotado por uma parcela significativa da população brasileira. Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que três em cada dez consumidores (27%) utilizaram o crediário para fazer algum tipo de compra no último ano — seja por meio dos cartões de loja ou dos populares carnês e boletos. O levantamento também revela que as mulheres são as que mais recorrem a este tipo de modalidade (31%), além das classes C,D e E (27%).
Para 26% das pessoas ouvidas pelo estudo — e que utilizaram essa forma de pagamento nos últimos doze meses —, o crediário é uma boa opção de pagamento porque permite o parcelamento das compras. Outros 22% enxergam a vantagem de poder fazer compras mesmo sem ter dinheiro e 21% buscam mais prazo para pagar.
“O crediário é uma alternativa interessante, se bem usada. Muitas vezes acaba dando a falsa impressão de que se leva o produto sem pagar, mas o consumidor precisa ter em mente que não é porque alguém compra parcelado que um dia não terá de pagar por aquela compra. Por isso, é importante organizar o orçamento e só realizar a compra se for possível arcar com os compromissos financeiros”, orienta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
56% possuem compras no crediário
Outro dado aponta que, nos últimos 12 meses, 20% utilizaram o crediário menos de três vezes ao ano, enquanto 18%, três vezes ao mês. Embora o uso do crediário esteja restrito a minoria dos consumidores brasileiros, o público que contrata um cartão de loja ou o popular carnê ainda utiliza com frequência essa modalidade de pagamento.
Considerando os que recorreram à essa modalidade no período, 56% afirmaram ter algum crediário em aberto. Entre aqueles que souberam informar quantos crediários possuem atualmente, a média é de dois por pessoa.
Ainda entre os que compraram com carnê, boleto ou cartão da loja, 39% disseram que recorreram ao crediário por não ter condições de realizar a compra pagando à vista, em dinheiro. Já 17% aderiram a essa forma de pagamento porque não tinham limite no cartão de crédito, 13% em razão da pouca burocracia e 11% para fazer mais compras. “Se a pessoa não possui dinheiro para pagar à vista ou não tem limite no cartão de crédito é sinal de que ultrapassou o orçamento. O ideal é deixar de consumir, reorganizar as contas e, assim, evitar entrar em uma bola de neve de dívidas”, recomenda a economista.