A rejeição das mulheres ao nome de Jair Bolsonaro (PSL) cresceu nove pontos percentuais desde junho, de 34%% para 43%, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta (22), o que leva o candidato ao topo dos que não seriam votados “de jeito nenhum” pelo eleitorado feminino. As mulheres representam 52% dos eleitores.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem a segunda maior rejeição: 33%. Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede) são rejeitados por 23% das mulheres e estão empatados, na margem de erro de dois pontos percentuais, com Ciro Gomes (PDT), que tem 21% de índice de rejeição.
Apesar de ter subido dois pontos percentuais em intenções de votos entre as mulheres, desde a última pesquisa Datafolha, em junho (ele tem a preferência de 14% delas); a distância entre as intenções de votos femininos e masculinos para Bolsonaro aumentou de 14 para 16 pontos percentuais -isto em um cenário sem Lula.
O candidato do PSL é o que tem a maior disparidade entre o voto de homens e mulheres. No último debate, na RedeTV, Bolsonaro foi confrontado por Marina sobre a afirmação dele de que a diferença salarial entre homens e mulheres não é uma questão a ser debatida por já ser vetada pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
O deputado já afirmou, em um programa de TV em 2016, que “não empregaria [homens e mulheres] com o mesmo salário”.
Ciro, que tem mirado o eleitorado feminino com uma postura mais moderada em debates e entrevistas, viu a diferença entre os votos de mulheres e homens diminuir: de quatro pontos para dois pontos percentuais. A redução veio porque ele subiu um ponto entre as mulheres e caiu um ponto entre os homens.
Marina continua tendo o melhor desempenho entre o eleitorado feminino, num cenário sem Lula: 19% das intenções de voto, seis pontos a mais do que seus votos masculinos. A candidata da Rede é a única que vai melhor entre as mulheres.
Cenários com Lula Os números mudam com a presença de Lula, que está preso por corrupção e lavagem de dinheiro e, a princípio, inelegível. Ele tem 39% de intenções de votos entre mulheres, tirando eleitoras de Marina, que fica com apenas 10% delas, atrás, inclusive, de Bolsonaro, com 13%.
Outra mudança foi a queda significativa na parcela de mulheres que consideram votar em branco ou anular seu voto. Em junho, 33% delas diziam que não apoiariam nenhum dos candidatos, contra 23% dos homens que afirmaram estar dispostos a anular. O índice entre as mulheres caiu para 25%, e entre os homens, para 18%.
Não houve um principal beneficiado com a redução do voto nulo feminino: Marina, Bolsonaro, Alckmin e Haddad (PT) ganharam, cada um, mais 2 pontos percentuais entre elas. Entre os homens, Bolsonaro e Haddad subiram quatro pontos percentuais desde junho, foram de 26% para 30%, e de 1% para 5%, respectivamente.
O Datafolha ouviu 8.433 pessoas em 313 municípios, de 20 a 21 de agosto. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou menos. A pesquisa é uma parceria da Folha e da TV Globo e foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número BR 04023/2018. O nível de confiança é de 95%.
Folhapress