Por Luis Piovesana, Gerente de Marketing da Sensedia
Com a nova onda da economia e a plataformização ganhando espaço no sistema econômico atual, os modelos de negócios tradicionais, como bancos e serviços financeiros, precisam se transformar digitalmente para acompanhar a evolução das fintechs – negócios que independem de espaços físicos, usam a conectividade como principal ativo, e as burocracias e comoditizações são deixadas de lado. Uma prova disso é que algumas das principais empresas do mundo já são baseadas em negócios online, como Uber, AirBnb, Facebook, Google e Alibaba.
A falta de burocracia para atuar no ambiente digital é o que mais atrai clientes para as fintechs. Afinal, pedir um cartão de crédito sem anuidade nas empresas que são baseadas em plataformas é relativamente simples, assim como abrir uma conta digital no banco, ou resolver um problema de fraude. Como tudo é feito pelo celular, não há a necessidade de longas filas para falar com o gerente, e, ainda, providenciar uma pilha de documentos.
No entanto, da mesma forma que a plataformização facilitou a entrada de um novo público no setor financeiro, também preocupou algumas empresas de modelos de negócios tradicionais, que por terem ciclo de inovação mais longos e precisarem seguir regulações mais rigorosas esbarram em seus sistemas legados. No entanto, para enfrentar esses desafios, os bancos tradicionais têm algumas vantagens, como sua base de clientes que requer mais serviços com menos burocracia; capital; marca forte; e experiência regulatória. Não somente essas empresas do setor financeiro, mas qualquer outro modelo de negócio que quer vivenciar a transformação digital deve ter em mente que a plataformização pode ser um caminho possível que traz algumas vantagens competitivas:
Conectividade entre parceiros e clientes
Uma plataforma digital permite que empresas se conectem com seus parceiros e clientes, compartilhem dados, criem produtos e combinem serviços. Além de trazer inovação e abrir novas oportunidades de negócios, também melhora o engajamento com os clientes e, porque não, os ganhos da empresa.
Base tecnológica
Com o acesso à tecnologias disruptivas e um banco de dados completo de informações estratégicas é possível monitor acontecimentos, identificar padrões, apresentar insights e melhorar os negócios tanto para o cliente interno e externo.
Analytics, APIs e IOT para melhorar os negócios
APIs, IoT e Analytics permitiram criar, com a análise e interpretação de uma imensa quantidade de dados, ecossistemas complexos e inteligentes que incluem pessoas, coisas e empresas para facilitar a troca de serviços de valor agregado, para que os membros desse ecossistema possam:
Alcançar novos canais de vendas;
Proporcionar interações com novos clientes;
Criar e implementar novos produtos/serviços;
Ampliar capacidades para produtos e serviços já existentes;
Os bancos tradicionais, como conhecemos, sofre pressões de todos os lados – das fintechs, às mudanças regulatórias – e as APIs (Application Programming Interface) estão por trás de toda a transformação digital que o setor tem enfrentado para melhorar a experiência do usuário. Algumas instituições já conseguiram fazer transformações digitais significativas com as APIs. O Crédit Agricole, por exemplo, ao disponibilizar aplicativos de terceiros que foram feitos com as suas APIs tem ajudado os clientes a ter melhor controle sobre a vida financeira. Por outro lado, a DBS lançou um marketplace de carros e integrou plataformas de concessionárias, capaz de suportar transações e permitir financiamentos e seguros.
Por fim, não há dúvidas de que o papel das APIs na plataformização pode mudar a estratégia de negócios, permitindo que empresas de todos os tamanhos – das mais modernas às tradicionais – tenham acesso à ferramentas capazes de oferecer ao cliente uma experiência rica, fácil e intuitiva com serviços de qualidade e na palma da mão.