Vivenciando o Setembro Amarelo, a Prefeitura de Caruaru, através de um trabalho integrado e intersetorial entre as Secretarias de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Saúde, Educação e de Política para Mulheres (SPM), dará prosseguimento às ações da campanha nesta terça-feira (18), no auditório da SPM. O evento inicia às 19h e se trata de uma roda de diálogo com o objetivo de refletir sobre os altos índices de suicídio que atingem a população LGBT. Todos estão convidados para participar desse encontro que será voltado para a comunidade LGBT e população em geral.
Na última sexta-feira (14), na semana que marcou o Dia Internacional de Combate e Prevenção ao Suicídio, foi realizada uma blitz no Espaço Major Clementino (ao lado do Grande Hotel) e na Avenida 15 de Novembro, áreas centrais de Caruaru, com distribuição de panfletos alertando sobre a responsabilidade de cada um com a sua vida e com a vida do próximo. No próximo dia 21 será a vez de reunir psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, pedagogos e acadêmicos para o II Fórum de Combate e Prevenção ao Suicídio de Caruaru, previsto para acontecer das 08h às 12h, no auditório da Unifavip.
Nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) as atividades estão acontecendo com palestras para as comunidades envolvidas, através de odas de diálogos sobre prevenção ao suicídio para os usuários de programas sociais como “Leite para Todos” e “CadÚnico”.
Quando a discriminação leva o público gay jovem ao suicídio
Setembro amarelo é uma campanha do Centro de Valorização da Vida que busca trazer o diálogo sobre o suicídio para a sociedade. Desde 2015 o mês busca a conscientização e a prevenção do suicídio.
Um levantamento do Grupo Gay da Bahia, cujo fundador é coautor do projeto, mostrou em 2015 que 3% dos homens homossexuais e 5% dos bissexuais já tentaram cometer suicídio no Brasil, contra 0,4% da população masculina geral brasileira. Um em cada 16 homossexuais com idades entre 16 e 24 anos tentou tirar a própria vida alguma vez, contra 1% dos homens da mesma idade.
Em setembro passado, o primeiro boletim epidemiológico do Ministério da Saúde sobre o assunto mostrou que o suicídio é a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, e cerca de 11 mil pessoas se matam todos os anos no país. Mas a própria pasta admite o conservadorismo dos dados, porque muitos diagnósticos de causa da morte estão errados.
Outra análise, publicada na revista científica “Pediatrics” em 2011, mostrou que gays, lésbicas e bissexuais tinham seis vezes mais chance de tirar a própria vida, em relação a heterossexuais (21,5% contra 4,2%). O mesmo público, ainda de acordo com a pesquisa, tinha risco 20% maior de suicídio quando convivendo em ambientes hostis à sua orientação sexual, na comparação com meios menos conservadores.
Com informações do texto de Carolina Samorano para o site www.metropoles.com.