Em seminário sobre jornalismo digital, Sérgio Lüdtke, editor do Projeto Comprova, formado para combater notícias falsas na eleição de 2018, relatou que 67 mil pessoas enviaram pedidos de checagem. E que o total de solicitações passou de 100 mil.
O projeto, coalizão de 24 organizações brasileiras de mídia, inclusive a Folha, somou 12 semanas de esforço conjunto de “fact-checking”. O evento foi organizado pela ANJ (Associação Nacional de Jornais) e pela Aner (Associação Nacional de Editores de Revistas).
Segundo Lüdtke, na eleição “muito da desinformação compartilhada em redes sociais tinha origem em sites travestidos” de jornalismo profissional. Seus conteúdos eram distribuídos via redes de páginas e perfis, gerando audiência e publicidade para os sites.
Outra conclusão destacada por ele foi quanto ao monitoramento “muito mais difícil” da desinformação compartilhada por WhatsApp, devido à criptografia que impede o mapeamento dos conteúdos. “Ainda assim, monitoramos 35 grupos abertos”, relatou.
Também na mesa sobre desinformação, Beth Saad, professora da ECA-USP, abordou estudo que finaliza sobre o tema, com dados como o salto do WhatsApp no país, de 170% em três anos, “daí a importância que ganhou na eleição”.
Márcia Menezes, diretora de conteúdo do portal G1, relatou a experiência do Grupo Globo com um projeto separado -que só foi se unir ao Comprova na reta final. Envolvendo 70 profissionais de todo o país, checou, além de “fake news”, os próprios discursos dos candidatos.
Em mesa posterior, Claudia Gurfinkel, responsável por parcerias de jornalismo na América Latina do Facebook, abordou os principais esforços realizados no ano eleitoral -como treinar jornalistas nas ferramentas da plataforma e o lançamento do programa de checagem em parceria com agências de verificação.
O painel final, voltado só ao Google, se dedicou a ferramentas e iniciativas diversas de parceria. Entre elas, os programas Assine com o Google, lançado neste ano para publicações com paywall, e o YouTube Player for Publishers, a ser implementado no segundo trimestre do ano que vem.
Folhapress