Por Pedro Augusto
Para o nordeste brasileiro, o dia 2 de agosto de 1989, eternizou a passagem de seu maior defensor e representante da história, na música nacional e internacional: Luiz Gonzaga. Esta semana, exatamente na sexta-feira, o calendário marcou 30 anos da morte do Rei do Baião, aos 72 anos, no Recife, em decorrência de uma parada cardiorrespiratória. Como não poderia ser diferente, em Pernambuco, na data, vários municípios, incluindo Caruaru, não deixaram ela passar em branco promovendo alguns eventos dotados de muito forró, xote, xaxado, arrasta-pé e baião.
Homenagens mais do que merecidas, afinal, Seu Luiz, como também era conhecido, não apenas fez muito sulista ou gringo se render aos ritmos matutos, mas deixou um legado importante no tocante à construção e fortalecimento da nossa identidade cultural, social e, porque não, também econômica. Identidades estas, que nos tempos de hoje, necessitam mais do que nunca serem preservadas para não serem engolidas por novos conceitos e costumes nada condizentes com o nordeste, que o nosso Rei do Baião tanto defendeu.
Que o verdadeiro forró, da sanfona, zabumba e triângulo, tão difundido por ele, durante as décadas em que esteve circulando pelos quatro cantos do país, não fique restrito apenas a períodos sazonais, em eventos como o São João, Missa do Vaqueiro e Aniversários de Vida e de Morte. Que a sua arte criada no fole de 120 baixos embalando verdadeiras poesias em formas de canção, permaneça mais do que nunca sendo ensinada para novos talentos, que utilizarão os acordes da sanfona para criarem oportunidades de subsistência e prosperidade.
Que o povo nordestino não deixe de se render a ritmos de sotaques diferentes, que possuem os seus valores e são dignos de serem apreciados, mas que também nunca deixem de escutar as crônicas da poesia matuta interpretada tão magistralmente pelo nosso Rei do Baião. Por tudo que fez enquanto esteve presente fisicamente entre nós, mencionar o seu aniversário de morte de 30 anos é mais do que destacá-lo, através de séries de eventos, é sim, reforçar que a obra de Luiz “Lua” Gonzaga é eterna e que necessita ser cultivada e preservada.
Viva para sempre, o nosso Rei do Baião!