Confiança da micro e pequena empresa cai 7,6% desde o início do ano

As expectativas frustradas de que haveria uma consolidação no processo de retomada econômica já impõem seus efeitos sobre as empresas de menor porte. Dados apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostram que o Indicador de Confiança da Micro e Pequena Empresa caiu 7,6% no último mês de julho na comparação com janeiro deste ano. Na abertura de 2019, a confiança do pequeno empresário havia atingido o maior patamar desde maio de 2015, com 65,7 pontos. Desde então, esse número vem recuando sucessivamente, até atingir 59,4 pontos em junho, com uma pequena recuperação para 60,6 pontos em julho passado.

Pela metodologia do indicador, a confiança é medida em uma escala de zero a 100 pontos, sendo que quanto mais próximo de 100, maior é a confiança com a economia e seus negócios e, quanto mais perto de zero, menos confiantes estão os micro e pequenos empresários.

Em termos percentuais, 66% dos micro e pequenos empresários estão otimistas com o futuro da economia do país, percentual inferior aos 82% constatados em janeiro deste ano. Já o número de empresários pessimistas passou de 5% para 12% em um intervalo de seis meses, enquanto 21% acreditam em uma estabilidade. Ainda que tenha havido uma piora nas expectativas ao longo deste ano, a percepção atual de otimismo supera o observado no mesmo período do ano passado, quando apenas 39% dos empresários ouvidos estavam confiantes com a economia do país e 24% declaradamente pessimistas.

Na avaliação do presidente da CNDL, José Cesar da Costa, com o debate acerca da previdência praticamente superado, espera-se que a atividade econômica possa ganhar força com as recentes medidas de estimulo anunciadas pelo governo. “A liberação dos saques do FGTS são um alento para consumidores e empresários, seja para impulsionar o consumo ou recuperar o crédito de quem está inadimplente. A proximidade de datas comemorativas importantes como Dia das Crianças, Black Friday e até mesmo a recém-criada “Semana do Brasil”, em setembro, podem ajudar empresários a reduzirem estoques e salvar perdas do ano. Além disso, o novo ciclo de queda da Selic e o início das discussões da reforma tributária também têm potencial de injetar ânimo no empresariado”, afirma Costa.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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