‘Seria uma honra representar a oposição’, diz Patrícia Domingos

Um dia após anunciar sua filiação ao Podemos, em entrevista à Rádio Folha (FM 96,7), a delegada Patrícia Domingos deixou claro seu desejo de unir a oposição na disputa à Prefeitura do Recife. Entre outros assuntos, ela comentou sobre a escolha da legenda, as conversas com outras lideranças e ideias para seu programa de governo.

Patrícia, a exemplo de outras lideranças da oposição, disse que considera a unidade a melhor estratégia. “O meu discurso também é no sentido da unidade. A gente visualiza como uma estratégia inteligente e viável que a oposição se una. Mantenho conversas com Daniel (Coelho) e Mendonça. Nossa defesa é pela união da oposição. Seria uma honra representar a oposição, mas estamos entrando no projeto para somar”, afirmou. “Eu desejo para a posição uma candidatura única. Não sei se esse desejo vai ser realizado, pois depende de uma construção que temos alguns meses ainda para fazer”, ponderou.

“Nós conversamos com muitos partidos do campo da oposição nesse últimos meses e nossa decisão se deve à coerência, que é nossa característica. O Podemos tem como bandeiras a democracia e o combate à corrupção e a gente se sem ter muito confortável, porque é um partido que coaduna com nossas bandeiras”, disse, destacando sua admiração pelo senador Álvaro Dias. “Ontem, pude externar minha alegria de estar num projeto junto com elas”, lembrou.

“O podemos é um partido muito aberto e dá muita liberdade para os filiados defenderem suas bandeiras. Um partido coerente com a nossa postura”, reforçou, criticando a herança como forma de perpetuar o poder. “Sou contra o político por DNA, que é o que a gente vê no Recife. Essas castas que se mantém no poder e não correspondem aos anseios da população”, criticou. “O PSB passa por uma fadiga e um cansaço natural por todos os anos que está no poder. A gente vê nas pessoas um sentimento de mudança. Esse é o ano de mudança. De encerrar esse ciclo de poder extremamente extenso.

“A minha principal bandeira é o combate à corrupção porque ele vai trazer outras bandeiras. A corrupção é a raiz de todos os nosso males de nossa cidade. A corrupção é o que faz com que os serviços prestados à população sejam péssimos”, avaliou. Segundo Patrícia, chegou a hora de usar a política como instrumento de transformação. “Eu assimilei a política como ferramenta de mudança e entendi que a política dá a oportunidade de mudar de dentro pra fora, combatendo a corrupção e tentando prestar um bom serviço para a população”, pontuou. “A população do Recife me defendeu e eu quero retribuir isso”.

Patrícia disse que o próximo passo é ajudar o Podemos a crescer em Pernambuco. Um ato de filiação está sendo organizado, ainda sem local e data confirmados.
A delegada comparou os partidos da Frente Popular que agora disputam a PCR. “O PT e o PSB são unidos aqui no estado declaradamente em diversas gestões, não vejo diferença nas gestões. Uma fragmentação entre aliados que sempre jogaram junto e agora estão se degladiando pelo poder.

“Sou radicalmente contra essa polarização, de dividir a sociedade ente direita e esquerda. Eu falo do lado que trabalha para combater a corrupção e o lado que é caso de polícia. Independente de ser direita ou esquerda, tenho um respeito muito grande pelos eleitores de todos os lados que queiram acreditar em um projeto para o bem da cidade. Todos querem uma cidade melhor, esse é o ponto de convergência”, destacou.

Patrícia elogiou a trajetória do ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro, mas disse que não conhece nem tem relação direta com Bolsonaro. Contudo, considera injusto julgar um governo com apenas um ano, “num país que foi saqueado por 16 anos”.

Reconheço os esforços do governo federal de ajudar o país a progredir”, frisou. Segundo ela, a eleição não terá pauta nacionalizada. “Estamos falando de eleição municipal, então as pautas são outras. Lamento muito quando um grupo político fomenta o ódio e a divisão. Quem for governar o Recife vai governar para todo. esse é o olhar que o Recife precisa ter e eu tenho esse olhar, o da convergência”, disse.

Folhape

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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