Pernambuco pode ter surto de dengue em 2020

Pernambuco pode enfrentar um surto de dengue em 2020. A informação é do coordenador-geral de Vigilância em Arboviroses do Ministério da Saúde, Rodrigo Said. Segundo o gestor, o sorotipo 2 deve causar mais preocupação em todos os estados nordestinos, neste ano, porque, até então, não houve uma circulação “significativa” deste tipo de vírus na região, nos últimos anos.

E os dados epidemiológicos coletados pela Secretaria de Saúde do Estado alertam para a importância da mobilização do poder público e da população no combate ao mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti.

No ano passado, gestores de saúde locais registraram mais 61 mil notificações de casos de dengue. Esse número representa um aumento de mais de 163%, em comparação com o ano anterior. No período, foram confirmados mais 20 mil casos.

Já em 2020, até a segunda semana de janeiro, foram 173 notificações e 14 casos confirmados de dengue.

O diretor do Departamento de Imunizações de Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Júlio Croda, avalia que o risco de surto está relacionado, principalmente, ao fato da população estar mais “vulnerável” ao sorotipo 2.

“Esse sorotipo 2 já circulou no Brasil. Pessoas com idade mais avançada já possuem imunidade contra esse sorotipo que está circulando. E as pessoas que não eram nascidas ou que não circulam em regiões especificas não têm imunidade.”

Em Pernambuco, o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) mostra que 34 municípios apresentam altos índices de infestação, ou seja, estão em situação de risco de surto para dengue, zika e chikungunya.

A VI Gerência Regional de Saúde, no interior do estado, é a que concentra o maior número de cidades em risco. São elas: Brejo da Madre de Deus, Caruaru, Gravatá, Ibirajuba, Santa Cruz do Capibaribe, São Bento do Una, São Joaquim do Monte e Taquaritinga do Norte.

A Assessora Técnica da Gerência da Vigilância de Arboviroses da Secretaria de Saúde do Estado, Daniela Bandeira, revela que a falta de água no estado é um dos problemas que contribuem para a proliferação do Aedes, pois, segundo ela, como muitos municípios ficam muitos dias sem água, a população acaba fazendo armazenamento de maneira inadequada.

E para evitar uma possível epidemia, em 2020, a Secretaria de Saúde mantém o contato com as cidades para verificar as ações de controle e busca intensificar as campanhas de mobilização social e educação em saúde.

“Não podemos baixar a guarda de maneira nenhuma, nem para quem está em situação satisfatória e muito menos para os que estão em alerta ou risco. Agora, acompanhamos mais de perto as ações [de combate ao mosquito] nesses municípios em situação de risco.”

Se você tem alguma dúvida, deseja fazer alguma denúncia, a Secretaria Estadual de Saúde disponibiliza a ouvidoria do SUS pelo número 0800 286 2828 ou entrar em contato, diretamente, com as unidades de vigilância do seu município.

E você? Já combateu o mosquito hoje? A mudança começa dentro de casa. Proteja a sua família. Para mais informações, acesse saude.gov.br/combateaedes.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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