Prestes a retornar, Rodrigo Maia já convocou reunião para segunda

Presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia foi muito pressionado por parlamentares a se posicionar em reação ao movimento do presidente Jair Bolsonaro de compartilhar vídeo no WhatsApp, convocando para manifestações anti-Congresso. Vários telefonemas foram disparados para o democrata, que passou o Carnaval em Paris, cumprindo uma série de agendas políticas. Maia embarcou para Europa pouco tempo após ter vazado a fala do general Augusto Heleno atribuindo chantagem ao Congresso. Desde ali, a superfície de atrito entre o Executivo e o Legislativo fora ampliada. O caldo acabou entornando com o gesto do presidente Bolsonaro de dar eco à manifestação, cujos materiais que circulam, mobilizando a população, carregam chamamentos contra o Congresso.

Prestes a retornar ao Brasil, Maia já convocou uma reunião reservada para a próxima segunda-feira, às 20h30, na residência oficial. Nas coxias, deputados têm se queixado de Bolsonaro vir investindo num discurso, como se ele mesmo não tivesse sido deputado. Membro da Oposição, o deputado Danilo Cabral, em entrevista à Rádio Folha FM 96, 7, ontem, verbalizou o que colegas seus têm repisado em reserva: “Ele (Bolsonaro) fala como se ele não tivesse sido, durante 28 anos, parlamentar daquela Casa e as falas que ele teve no exercício do mandato sempre sinalizaram para essa conduta autoritária dele”. Em reserva, um parlmentar, à coluna, adota tom similar: “Parece até que ele (Bolsonaro) não foi deputado. Ele fala o que o povo quer ouvir, é estratégia”. Danilo Cabral ainda crava o seguinte: “Esse ato (do dia 15) que está aí posto é, claramente, um ato de encurralamento do Congresso Nacional por tudo que está sendo divulgado nas redes sociais, fechamento do Congresso, fechamento do Supremo…”. A partir daí, o socialista traça um histórico de atritos entre os poderes referentes à gestão Bolsonaro. Rodrigo Maia, em seu Twitter, já havia se posicionado, na última quarta-feira, sobre o tema, que, naturalmente, deve ser levado à mesa, com a possibilidade de desdobramentos. No mínimo, Maia vai tirar, na segunda-feira, assim que voltar da Europa, a temperatura junto aos pares, que defendem que isso ocorra.

Folhape

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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