No ano passado foram identificados 119 assaltos e tentativas de assaltos a agências no Brasil, uma redução de 30% em relação ao ano de 2018, quando foram registradas 171 ocorrências. O total do ano passado foi 45% menor do que o número de casos registrados em 2017 (217) e muito inferior ao ano 2000, quando houve 1.903 ocorrências no país. O levantamento foi feito pela FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos) com 17 instituições financeiras, que respondem por mais de 90% do mercado bancário.
A redução expressiva ao longo de quase vinte anos se deve ao investimento maciço do sistema financeiro, no aprimoramento da segurança bancária. Contribuiu para esse resultado a cooperação intensa entre os bancos brasileiros e as autoridades encarregadas da segurança pública, com o envio de informações necessárias à investigação dos crimes relacionados ao sistema financeiro.
Ações combinadas das instituições financeiras também explicam os bons resultados alcançados nas últimas duas décadas. “No montante de investimentos de segurança estão incluídos o sistema de capturas de imagens, as câmeras de visão noturna, as câmeras analíticas de análise facial, sensores, as câmeras externas e reforço físico”, detalha Pedro Oscar Viotto, diretor setorial de segurança bancária da FEBRABAN. Ele lembra que os grandes bancos também contam com centrais que monitoram as agências em tempo real, no esquema 24/7 (24 horas por dia, 7 dias da semana). No caso de alguma ocorrência, a Polícia Militar é acionada.
Viotto destaca, ainda, as ações da polícia na prisão de quadrilhas de criminosos e medidas que incluem desde o melhor uso dos recursos de segurança a melhorias de procedimentos e gerenciamento de risco. “O trabalho de inteligência é determinante nessas prisões, com a contribuição dos bancos, ao fornecer informações aos órgãos policiais.”
As instituições financeiras também contam com 68 mil vigilantes profissionais, uma média de três profissionais por agência bancária. Os serviços de segurança são fornecidos por empresas especializadas com autorização de funcionamento expedida pelo Departamento de Polícia Federal, em conformidade com a lei 7.102/83.
Tecnologia e canais digitais
A tecnologia também é uma grande aliada dos bancos no combate a ações criminosas. Os bancos investem anualmente cerca de R$ 19,6 bilhões em TI. A última edição da Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária, de 2018, mostrou que, cada vez mais, os clientes também pagam suas contas e fazem transferências de valores pelos canais digitais. Os aplicativos dos bancos tornaram-se o meio preferido dos brasileiros para estas operações. Cerca de 2,5 bilhões de pagamentos de contas e transferências, incluindo operações financeiras, por meio de DOC e TED, foram realizadas por este canal.
“A tecnologia permite que os bancos desenvolvam produtos e serviços que reduzam a necessidade de saques e manuseio de dinheiro nas agências, uma ferramenta importante no combate a crimes contra as instituições financeiras”, diz Viotto.
Caixas eletrônicos
Desde que foram implantados, nos anos 1980, os caixas eletrônicos são alvos de criminosos que desenvolvem técnicas para acesso ao equipamento e retirada do dinheiro, o que leva indústria a aperfeiçoar constantemente esses equipamentos.
Com o tempo, os terminais tornaram-se bastante robustos. Também foram adotadas medidas preventivas para contribuir com a redução dos assaltos, tais como instalação de cofres com dispositivo de tempo, ampliação dos sensores de alarmes e das centrais de monitoramento de alarmes, com a instalação de novos softwares de acompanhamento em tempo real das movimentações nas salas de autoatendimento e a instalação de novos circuitos de imagens digitais.
Os bancos também registraram redução de 45% no número de ataques a caixas eletrônicos no país no ano passado, na comparação com 2018. Grande parte da redução também se deu em função da instalação dos dispositivos de entintamento das notas pela rede bancária.