Mais uma pesquisa mensal sobre o valor da cesta básica, realizada por alunos dos cursos de Ciências Contábeis e de Gestão Financeira do Centro Universitário UniFavip | Wyden, coordenada pela professora Eliane Alves, foi divulgada em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. Segundo os dados levantados, houve um aumento de 12,68% no mês de março de 2020, sendo a quinta alta consecutiva e a maior dos últimos 14 meses. De acordo com a pesquisa, no terceiro mês deste ano, o valor da alimentação básica caruaruense passou de R$ 316,85 para R$ 357,02.
Foi constatado, segunda a professora Eliane Alves, em relação ao último mês, que o leite (6,04%) e a farinha (3,18%) foram os únicos itens que não registraram alta, enquanto o tomate (25%), a banana (30%), o feijão (15,52%), a carne (15,23%) e o arroz (5,26%) tiveram maior contribuição para o aumento do valor final da cesta, respectivamente.
De acordo com o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), responsável pela realização mensal da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, o valor da cesta básica, em março de 2020, aumentou em 15 das 17 capitais onde o departamento faz a pesquisa. Entre elas está Recife, que foi a quinta que mais acumulou aumentos em 2020, com (10,03%). A capital pernambucana fechou março com o valor da cesta em R$ 433,28. Se compararmos Caruaru e Recife, a alimentação básica da Capital do Agreste continua apresentando um valor inferior, com uma diferença de R$ 76,26 – excepcionalmente, para este mês, a pesquisa nacional foi baseada em dados coletados até 18 de março, devido à pandemia.
Baseado ainda na metodologia do DIEESE, a pesquisa levantou também as horas trabalhadas para a obtenção da cesta básica, além de qual seria o salário mínimo ideal para os caruaruenses diante deste panorama. Uma família de Caruaru deveria, então, receber, um salário mínimo em março de 2020, de R$ 2.999,30 para a aquisição dos gêneros alimentícios básicos que garantem a sobrevivência digna de um grupo familiar. Em relação as horas trabalhadas, ao considerarmos que a jornada oficial de trabalho é de 220 horas mensais, segundo o Ministério do Trabalho, o trabalhador de Caruaru em março utilizou 37,43% (82h 33min) de todo o seu tempo de trabalho só com as despesas de alimentação.