O papel do assistente social em meio à pandemia da Covid-19

Na próxima sexta-feira, 15 de maio, é comemorado o Dia do Assistente Social. Pouca gente sabe, mas essa profissão é de fundamental importância no que se refere a assistência na área da saúde e garantia dos diretos. Em meio a pandemia do Covid-19, profissionais dessa categoria estão trabalhando junto às famílias das vítimas hospitalizadas, resguardando seus direitos perante a constituição e também na humanização dos procedimentos. O Serviço Social faz parte do rol das profissões da saúde, mas não se restringe apenas a ela, o que acaba reforçando a importância do seu trabalho em situações de emergência como o combate à pandemia do coronavírus.

A professora do curso de Serviço Social da Pitágoras Caruaru, Elizabete Ribeiro, enfatiza a importância da categoria no âmbito da saúde e também nas políticas públicas. “O papel do assistente social, mediante o código de conduta da profissão, não está relacionado à comunicação de boletins médicos, mas à prestação de auxílio para familiares e enfermos acessarem seus direitos. Ele trabalha de forma articulada aos demais profissionais nas áreas de saúde e políticas públicas, sendo imprescindível no tratamento humanizado nos hospitais, centros de assistência e na comunidade como um todo”, destaca.

O Código de Ética da profissão não isenta o assistente social de trabalhar diretamente na linha de frente do enfrentamento ao Covid-19, assim como médicos e enfermeiros, porém, o profissional também enfrenta uma série de barreiras. “Nessa nova realidade, o assistente social possui o desafio de administrar a não presença dos acompanhantes nos leitos hospitalares e hospitais de campanha. Essa não é uma tarefa fácil, quando o que está em jogo são as relações afetivas. Diferente de internações rotineiras, onde o ideal é que exista um acompanhante, hoje, o fato de existir a preservação da saúde do próximo fala mais auto”, pontua a especialista.

Outro desafio enfrentado pelos profissionais do Serviço Social é o amparo à população em situação de rua. Estimativa realizada pelo Instituto Econômico de Pesquisa Aplicada (IPEA), em 2016, mostrou que existiam mais de 100 mil pessoas vivendo em situação de rua no Brasil. “Ainda dentro do contexto da pandemia, a categoria está sendo chamada para prestar socorro à população. Infelizmente, no Brasil, a maioria da população não tem acesso a políticas sociais de qualidade, o que torna o sistema de saúde vulnerável e desigual”, aponta a professora do curso de Serviço Social.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), idoso é todo indivíduo com 60 anos ou mais. Esse público é mais um segmento que passa pelos cuidados do profissional de Serviço Social. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/2019), o Brasil tem mais de 28 milhões de pessoas nessa faixa etária. Só para se ter ideia, esse número representa 13% da população do país. “Uma nova postura precisou ser adotada pelos profissionais que atuam diretamente com os idosos, sobretudo em período de pandemia. Estar atualizado com as recomendações dos órgãos competentes é indispensável para ser um profissional de relevância no atendimento à sociedade e conseguir cumprir com as diretrizes da profissão”, finaliza Elizabete Ribeiro.

Segundo o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), existem atualmente 188 mil profissionais com registro nos 27 Conselhos Regionais (CRESS) de cada estado do Brasil. Ao profissional cabe analisar, elaborar, coordenar e executar planos, programas e projetos que viabilizem os direitos da população e seu acesso às políticas sociais como saúde, educação, previdência social, habitação, assistência social e cultura, além de analisar as condições de vida da população, elaborar laudos, avaliações e estudos sociais, analisando documentos e estudos técnicos e coletando dados e pesquisas. Assistentes sociais também podem trabalhar no planejamento, organização e administração dos programas e benefícios sociais fornecidos pelo governo e como docentes em faculdades.

Na Pitágoras Caruaru, a graduação é voltada para a formação sobre a realidade econômica, política, social e cultural do Brasil e do mundo, visando tornar os estudantes aptos a formular políticas públicas e programas sociais focados no bem-estar coletivo. Os alunos desenvolvem competências ligadas a questões sociais, com foco em pessoas em situação vulnerável e considerando todas as peculiaridades e características presentes em casa cenários social.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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