Obesidade e alimentação: 30% das crianças estão acima do peso

Nesta quarta-feira (03), se vivencia o Dia da Conscientização Contra Obesidade Mórbida Infantil. A obesidade é um dos problemas mais graves de saúde pública a serem enfrentados. Dados epidemiológicos oriundos do Ministério da Saúde, afirmam que três a cada dez crianças de cinco a nove anos de idade encontram-se acima do peso, o que evidencia um grande crescimento de sobrepeso e obesidade no Brasil.

A nutricionista e professora do curso de Nutrição da Faculdade UNINASSAU Caruaru, Lilian de Lucena, explica que a obesidade se caracteriza pelo acúmulo de tecido gorduroso, em parte ou em todo corpo. “Trata-se de uma doença crônica, complexa e que tem cunho multifatorial. Se tratando de obesidade infantil, pode-se afirmar que consiste numa enfermidade nutricional onde o peso e IMC da criança encontram-se elevados para idade”, ressalta.

Segundo a nutricionista, as consequências da obesidade infantil podem ser notadas a curto e a longo prazo. “Em curto prazo podemos destacar desordens ortopédicas, os distúrbios respiratórios, a diabetes, a hipertensão arterial e as dislipidemias, além dos distúrbios psicossociais. A longo prazo, tem sido relatada uma mortalidade aumentada por todas as causas e por doenças coronarianas naqueles indivíduos que foram obesos na infância e adolescência. Diante do exposto, podemos destacar a importância de alimentação equilibrada como fator protetor de maior eficiência no combate à obesidade infantil”, explica a docente.

A nutricionista elenca algumas das estratégias nutricionais na prevenção à obesidade infantil. Confira:

– Realizar as refeições à mesa: a criança precisa entender que a refeição é algo importante e que, por isso, tem um local reservado para sua execução;

– Desenvolver uma rotina para alimentação: comer fora de hora é um dos principais aliados da obesidade. Criar uma rotina para as refeições é de extrema importância na formação de hábitos alimentares saudáveis;

– Evitar distração durante as refeições: utilização de celulares, tablets ou quaisquer dispositivos eletrônicos e portáteis, bem como o hábito da televisão ligada dificulta a participação no ato de comer. É preciso que a criança, ou adolescente, tenha concentração na hora da refeição. Esse momento de calma gerará auto percepção e o ajudará a desenvolver bons hábitos;

– Redução no consumo de alimentos industrializados ou ultraprocessados tais como: doces, balas, biscoitos com recheio, frituras, chocolates. Eles são ricos e calorias e pobres em nutrientes, favorecendo assim o ganho de peso excessivo;

– Estimular um prato colorido e variado! Esta combinação é sinônimo de muitos nutrientes! Frutas, verduras, legumes, oleaginosas, cereais, raízes e tubérculos, carnes brancas e ovos devem fazer parte de um plano alimentar diário;

– Incentivar o consumo de novos alimentos: mesmo com a recusa inicial por parte da criança, deve-se oferecer uma nova opção de frutas, legumes e outros alimentos saudáveis. Se caso a criança recusar, evite discussões ou ameaças. É recomendada a exposição a esse novo alimento entre 8 a 15 vezes, uma estratégia é mudar sua forma de preparo ou de apresentação do alimento que se deseja introduzir;

– Estimular atividades físicas (de acordo com a recomendação de um médico ou educador físico): torna-se imprescindível no que diz respeito ao gasto energético praticar algum esporte, dançar, correr, andar de bicicleta, pular corda que são atividades físicas clássicas de criança Em contra partida, torna-se necessário diminuir o tempo do computador e videogames.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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