A manutenção da saúde dos ossos como medida essencial para a prevenção de doenças

Muito se fala na prevenção de doenças em quase todos os órgãos do corpo humano, mas um em específico precisa tanto ou mais de atenção que os outros: o osso, um tecido vivo e dinâmico responsável pela mobilidade e sustentação de todo o organismo. E uma das mais preocupantes doenças que acometem os ossos é a osteoporose. Silenciosa, é responsável por quase 9 milhões de fraturas por ano em todo o mundo, de acordo com a Federação Internacional da Osteoporose (IOF), afetando 200 milhões de mulheres mundialmente. Os dados mostram ainda que, 1 em cada 3 mulheres com mais de 50 anos sofrerá fraturas osteoporóticas; entre os homens com a mesma idade, o índice é de 1 em cada 5 indivíduos.

Os estudos mostram que uma perda de massa óssea de 10% na vértebra pode dobrar o risco de fraturas, assim como aumentar em 2,5 vezes as fraturas do quadril se o percentual for na região do quadril. A osteoporose é uma doença que pode ser evitada com a adoção de hábitos saudáveis como exercícios físicos, uma boa ingestão de cálcio pela dieta alimentar e a exposição diária ao sol por, pelo menos, 15 minutos ao dia. “A atividade física é imprescindível tanto para a maturidade esquelética do adolescente, do adulto jovem, quanto na fase senil, ajudando a prevenir a fragilidade do corpo que pode causar quedas”, afirma o ortopedista Maurício Paes, especialista em quadril do SEOT (Santa Efigênia Ortopedia e Traumatologia).

Ter uma rotina diária de atividades físicas contribui para a manutenção da densidade óssea à medida que o indivíduo envelhece, além de reduzir as dores nas articulações e auxiliar no controle do peso, evitando uma maior pressão sobre as articulações. Vale ressaltar que os exercícios de flexibilidade e equilíbrio, são fundamentais para a conservação da capacidade dos movimentos. Há ainda os exercícios aquáticos, eficazes para o fortalecimento dos músculos. Seja qual for o exercício escolhido, é importante consultar um médico antes de iniciar qualquer a nova rotina, para uma orientação adequada, como por exemplo, saber se deve evitar algum tipo de movimento ou atividade, se você tiver alguma condição de saúde.

“É muito importante que se tenha uma atividade física, seja uma caminhada ou uma atividade esportiva recreativa, no caso das crianças, fase tão significativa para que se tenha essa preocupação precocemente, criando um hábito para a criança crescer e na vida adulta já ter essa memória e de ter essa necessidade da atividade”, acrescenta Maurício Paes. O osso tem uma função mecânica, de proteção, e tem a função metabólica. “De certa forma, a população em geral tem a função do osso como um sistema rígido, de proteção, mas, na verdade, o osso, por ser um tecido vivo muito ativo, faz parte de uma importante cadeia de metabolismo e de regulação de vários outros sistemas do organismo”, avalia o especialista.

Porém, se a atividade física ativa não estiver associada à uma alimentação equilibrada, a saúde dos ossos pode ser comprometida. “O osso requer nutrientes, principalmente o cálcio, a vitamina D e o fósforo, elementos que favorecem o equilíbrio e dão melhor sustentação e melhor homeostase para todo o organismo”, explica Paes. Os enlatados, fast foods e alimentações industrializadas trazem uma quantidade muito grande de sal que pode levar a alterações no equilíbrio metabólico e, por isso, devem ser evitados. Os alimentos recomendados são os derivados do leite, peixes, folhosos, principalmente os vegetais mais escuros. E alguns hábitos devem ser totalmente abolidos, como o tabagismo.

A prevenção às doenças é um fator imprescindível para a saúde do organismo, inclusive aos males que acometem os ossos. “Desde a fase intrauterina, é possível definir algumas causas de doenças ou deformidades ósseas que já necessitam de uma atenção redobrada. Então, para cada fase da vida, existem doenças as mais diversas que podem ser diagnosticadas precocemente, mesmo que não haja qualquer sintoma. Daí a importância de se fazer uma visita, uma vez ao ano, ao ortopedista. E se houver dores, aí já é um sinal de alarme agudo, sendo este um estágio que há alguma alteração mais importante, o que leva o paciente a precisar de um tratamento mais invasivo” conclui Maurício Paes.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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