Como próximo passo, Paulo Câmara e Lula vão à mesa

A reunião entre dirigentes e lideranças petistas e socialistas, realizada na última terça-feira, foi proposta pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. Nas hostes petistas, o encontro é visto como o primeiro movimento sólido na busca de uma pacificação que mira 2022. O próximo passo já está no cronograma dessa recomposição e será uma reunião entre o ex-presidente Lula e o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, vice-presidente nacional do PSB. Desta vez, os dois terão uma conversa sem mais espectadores. O martelo ainda será batido sobre a data, segundo a coluna apurou. Nacionalmente, o PSB tem grande relevância para o projeto presidencial do PT, cuja meta, para 2022, é ter os socialistas na aliança e não mais na condição de neutralidade como ocorreu em 2018. Na missão de sedimentar esse caminho, Lula, no encontro virtual anteontem, passou a dançar conforme a música que vem sendo cantada pelo presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, que é a unidade do campo progressista em detrimento do perfil hegemonista do PT. Ainda em 2019, Siqueira chegou a afirmar o seguinte: “Entre o PT e o Brasil, o PT sempre escolhe a si mesmo”. Fez a crítica em relação à orientação dada por Lula, assim que deixou a prisão, no sentido de que o PT tivesse candidatura em todas as capitais.

Ali, Siqueira avisou: “Não vamos aderir a quem não quer apoiar ninguém com todo respeito ao PT”. No ano passado, Pernambuco, que está para o PSB como o projeto presidencial de Lula está para o PT, foi palco de novo imbróglio entre as duas siglas, mais especificamente, a Capital, onde o PT bateu o pé e levou adiante a candidatura de Marília Arraes, contrariando as tentativas de aliança dos socialistas. Na última terça, após a reunião virtual, Siqueira, à coluna Painel da Folha de São Paulo, descreveu um Lula bem diferente daquele de 2019: “Mostrou muita disposição, mas também desprendimento. Disse que não será candidato de qualquer forma, que não está reivindicando essa condição”. A flexibilização de Lula parece ter soado como música aos ouvidos de Siqueira, que acenou: “Penso que temos uma grande responsabilidade de juntar o maior número de forças políticas democráticas para superar essa fase trágica”. A mudança de tom dos dois dirigentes precede a próxima fase, que é Lula ir à mesa com Paulo Câmara.

Folhape

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *