O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) foi incluído nesta semana no hall de investigados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado Federal. Agora, o aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), muda o discurso e diz que é a favor da vacina contra o novo coronavírus, desde que “a população seja bem informada dos efeitos, eficácia e riscos”.
Junto dele, o relator da CPI Renan Calheiros (MDB-AL) determinou a inclusão do ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), e da fiscal do contrato da vacina indiana Covaxin, Regina Célia. “Acredito já haver elementos para propor o indiciamento de Onyx, Terra e Regina Célia”, disse o senador.
O deputado já esteve na CPI em 22 de junho e defendeu a tese da imunização de rebanho natural, ou seja, pessoas sejam contaminadas pelo vírus para que fiquem imunes, sem vacinação. Terra explicou que algumas vacinas, como a Coronavac, usam o vírus inativado para provocar uma reação do sistema imunológico. “O vírus vivo provoca mais anticorpos que o vírus morto”, afirmou ele, em depoimento à CPI.
Nesta quinta-feira (2), ele afirmou nas redes sociais que é a favor da vacina. “Sou a favor da vacinação. Mas defendo que a população seja bem informada dos efeitos, eficácia e riscos, para não ser surpreendida por novidades das autoridades! É um direito de cidadania e de quem paga os impostos”, escreveu.
O parlamentar é considerado o “chefe” do gabinete paralelo, estrutura que teria sido montada pelo governo federal, fora do Ministério da Saúde, para discutir políticas públicas para o enfrentamento da Covid-19.
Em alguns desses encontros, o grupo chegou a defender que vacinas não fossem adquiridas pelo governo federal. Também estimularam o tratamento precoce com medicamentos como hidroxicloroquina, cuja ineficácia contra coronavírus é comprovada cientificamente.